No dia 17 de maio de 2017, a República brasileira viveu um grande momento de incerteza com o anúncio de que uma gravação feita pelo dono da JBS, Joesley Batista, incriminaria o presidente Michel Temer de apoiar o pagamento de propina pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Agora, finalmente foram tomadas medidas para que isso não se repita: foram instalados dispositivos que impedem a realização de gravações de áudio no gabinete presidencial.

Como contam o G1, a Folha de S. Paulo e o Valor Econômico, os dispositivos são os “misturadores de voz” (voice scramblers), que não permitem a utilização de aparelhos eletrônicos para realização de gravações de áudio, impedindo novas situações chatas como a de maio, que poderia ter ocasionado a queda de Michel Temer.

O Olhar Digital também entrou em contato com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, mas até o momento não obtivemos resposta.

Para impedir a gravação, os aparelhos emitem um constante ruído inaudível para os ouvidos humanos, mas que interferem diretamente nos microfones. Assim, quando o usuário tenta reproduzir o áudio gravado, ele se torna incompreensível e começa a apresentar chiados, o que impede que o som seja usado de forma incriminadora.

A medida já havia sido anunciada em maio, no meio do furacão que foi a divulgação dos áudios de Joesley Batista. Na mesma semana do escândalo, o Gabinete de Segurança Nacional também anunciou o processo de compra de equipamento para impedir gravações não autorizadas.

Coincidência ou não, na semana seguinte ao escândalo, Michel Temer trocou seu celular. O chefe do Executivo recebeu um smartphone desenvolvido pela Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, com um sistema modificado para garantia de segurança.