Mega-ataques recentes podem fazer Microsoft reduzir preços do Windows 10

Renato Santino30/06/2017 23h52

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Dois ataques em grande escala chacoalharam o mundo em menos de dois meses. Tanto o WannaCry quanto o Petya se aproveitaram de falhas no Windows. O resultado disso é que a Microsoft pode começar a vender licenças do Windows 10 mais barato, pelo menos na Índia.

Segundo a Reuters, Gulshan Rai, coordenador de cibersegurança do país, o governo local e a Microsoft estão trabalhando em uma parceria que poderia reduzir em 75% o custo de uma licença original do Windows 10. Ele também afirma que a companhia aceitou a proposta, pelo menos a princípio.

A parceria tem como objetivo solucionar um problema real dos PCs indianos. Cerca de 96% dos computadores rodam o Windows; no entanto, com o custo alto da licença, a maioria está presa em versões antigas do sistema ou pirateadas. Com isso, muitos usuários acabam não recebendo atualizações de segurança que deveriam sanar problemas no sistema. Não é muito diferente do Brasil, na verdade.

Foi graças a uma dessas vulnerabilidades que o WannaCry e o Petya infectaram computadores e conseguiram causar o estrago que causaram. A brecha, descoberta pela NSA e que caiu nas mãos do cibercrime graças a um grupo hacker intitulado como Shadow Brokers, já havia sido corrigida, mas inúmeros usuários simplesmente não tiveram acesso aos pacotes de correção.

Ainda que a Microsoft acabe não lucrando tanto por licença vendida com um acordo desses, a empresa poderia atingir milhões de usuários que não pagariam por uma nova versão do Windows, o que poderia abrir novos mercados e compensar as menores receitas a cada venda com a venda em massa. O problema dessa situação é criar um precedente para que outros países proponham o mesmo acordo com condições não tão favoráveis. Como dito, o Brasil vive uma situação bastante similar à indiana em termos de atualização de sistemas operacionais.

Segundo Rai, a pressão por descontos no Windows 10 começaram ainda em maio deste ano, com o caso do WannaCry. Sua equipe também iniciou uma força-tarefa para atualizar sistemas operacionais em bancos e garantir que caixas automáticos tivessem os pacotes de correção mais recentes da Microsoft, o que ele garante que foi primordial para reduzir o impacto do Petya nesta semana.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital