Noventa e quatro por cento dos acidentes com mortes no trânsito de São Paulo são causados por falha humana, o que envolve imprudência e distração. E o uso de celular ao volante — que pode ser interpretado tanto quanto imprudência quanto como distração — está entre os principais problemas da cidade.
São constatações que aparecem em relatórios de entidades como Detran, CET e Infosiga-SP (este último, responsável pelo cálculo dos 94%). Segundo reporta a Folha de S.Paulo, a CET aplicou 491,1 mil multas por uso de celular ao volante apenas em 2016, sendo que o Detran puniu outras 101,3 mil vezes.
Isso levando em conta que as autuações têm diminuído, provavelmente porque ficou mais custoso ser pego nessa infração. Desde novembro de 2016, quem for multado perderá sete pontos na habilitação e terá de pagar R$ 293,47 de multa.
De lá até fevereiro deste ano, a quantidade de multas aplicadas na capital paulista desceu de 152 mil a 132,5 mil, uma queda de 13% em relação ao mesmo período de um ano antes.
Falando à Folha, o diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Dirceu Rodrigues, afirmou que o uso de tecnologias ao volante só perde para excesso de velocidade, consumo de álcool ou drogas e fadiga como maior perigo das estradas no mundo.
Por isso o mercado de tecnologia se mexe para entrar no setor, seja com veículos autônomos, sistemas que permitem uso do celular sem as mãos ou aplicativos que bloqueiam os aparelhos durante as viagens.