Uma escola de negócios da França passará a usar um sistema de reconhecimento facial para flagrar alunos que não estiverem prestando atenção às aulas.
O método será testado a partir de setembro em dois cursos a distância da ESG, segundo reporta o The Verge, e poderá ser expandido para aulas presenciais, dependendo dos resultados.
A ideia é usar a câmera dos computadores dos alunos para fazer leituras faciais capazes de identificar momentos de distração. Os dados ajudarão professores a preparar melhor suas aulas, mas os alunos também serão avaliados pela máquina, que criará questionários focados justamente nesses lapsos de desatenção.
O software adotado no experimento se chama Nestor. Desenvolvido pela LCA Learning, ele deve passar por atualizações para ser usado na própria escola, ligado a câmeras posicionadas estrategicamente dentro das salas. Ao notar distrações, o Nestor poderia enviar notificações ao estudante para que ele voltasse a atenção à aula.
A justificativa tanto da escola quanto da LCA para a ideia é de que, devido à falta de supervisão, o ensino a distância não funciona de forma tão efetiva quanto poderia. Especialistas consultados pelo The Verge concordam, mas fazem ressalvas de que reformar o modelo deveria ser incumbência de cientistas de aprendizado, e não da indústria tecnológica.
Um problema apontado logo de cara por Rose Luckin, professora no laboratório de conhecimento da Universidade de Londres, é o questionário formulado pelo Nestor, porque, na sua visão, não faz sentido fazer perguntas focadas em momentos em que o estudante sabidamente estava distraído. “Uma abordagem muito mais pedagógica seria mostrar ao estudante quando ele está focado, e como isso se relaciona com a sua performance”, explicou.