Não… não é engano… a matéria é sobre uma novidade para a indústria automobilística. Mas, para deixar mais claro o que ela significa, fomos buscar um exemplo nos céus. Esse avião é considerado o mais moderno do mundo. E parte do prestígio vem justamente do fato de que ele é a primeira aeronave de grande porte a ser construída não apenas com metal. Esse gigante dos ares é formado por uma liga de materiais compostos, dos quais a fibra de carbono é um dos principais componentes. Um dos principais benefícios? Economia de combustível – que no caso da aviação, é cada vez mais crucial.

Algo similar está acontecendo aqui, no interior de Minas Gerais, mais precisamente na cidade de Ipatinga – conhecida pela atividade siderúrgica.

As imagens que o supermicroscópio de varredura eletrônica captam são parte de uma mudança que pode ter profundos impactos nos carros e nos ônibus que todos usamos para o transporte. Ao ampliar em até 300 mil vezes a imagem, é possível analisar a estrutura molecular e até identificar os componentes químicos do material.

Enxergar a fundo a composição aço foi um dos primeiros passos para que, assim como aconteceu com o avião, chegasse a hora da evolução para a velha lataria dos automóveis. A partir e um novo tipo de aço, componentes dos carros podem se tornar mais leves, mais finos e, principalmente, mais resistentes. O resultado? Mais economia de combustível, com veículos menos pesados e, mais importante, mais seguros para passageiros e motoristas.

O novo tipo de aço não deverá substituir totalmente o atual padrão empregado na fabricação dos automóveis. Pelo menos no começo, a expectativa é que ele seja empregado nas barras de proteção das portas e nas estruturas de aço dos parachoques, por exemplo.

O novo aço é fruto do trabalho desenvolvido nesse laboratório. Para chegar ao novo padrão, foi preciso encontrar uma nova composição química e um tratamento térmico especial. Esses aparelhos possibilitaram simular com precisão milimétrica todo o processo de produção.

Com isso, o tempo de desenvolvimento do novo aço foi super reduzido.

Uma das etapas mais cruciais na criação de qualquer novo material como esse são os testes de resistência. Aqui, a tecnologia desempenha novo papel crucial. De um lado, a força bruta desses braços mecânicos cuja função é, literalmente, destruir, rasgar o material. De outro um software desenvolvido especialmente para avaliar o comportamento do material.

Você está recebendo essa informação em primeira mão: o novo aço acaba de ser homologado para uso industrial e o Olhar Digital é o primeiro a mostrar seu processo de desenvolvimento. Além dos benefícios que a novidade pode representar para a indústria e para os consumidores, essa evolução coloca o Brasil entre os países de ponta no que diz respeito a pesquisas e produção desse tipo de material. Uma boa notícia, especialmente para um país que está mais acostumado a importar novidades tecnológicas do que desenvolver as suas próprias.