Mais um capítulo da guerra entre os empresários brasileiros e aplicativos. Donos de companhias do setor hoteleiro de Fortaleza, no Ceará, se reuniram nesta semana com o prefeito Roberto Cláudio para cobrar do governo que tome medidas para frear o que eles classificam como “concorrência irregular” da plataforma.
“O site está prejudicando muito a hotelaria. Nós pagamos impostos, temos uma alta carga tributária, geramos empregos, temos licenças que precisam ser tiradas”, explica Manoel Cardoso Linhares, presidente do Sindicato da Indústria Hoteleira do Ceará.
Diante das reclamações, o prefeito afirmou que pretende discutir o tema em uma comissão especial na Câmara Municipal. Segundo ele, nenhuma decisão pode ser tomada antes de avaliar a extensão das possíveis consequências no setor. “Se, por um lado, tem um serviço importante sendo prestado, por outro, há preocupações a respeito da ilegalidade e de uma possível sonegação de impostos, o que geraria uma competição desfavorável para a hotelaria”, comenta Cláudio, sobre o aplicativo.
Por ser uma empresa dos Estados Unidos, existe, segundo o município, uma “complexidade tributária” que dificulta a contabilização e cobrança de impostos.
Em nota, o Airbnb afirmou que “confia que as autoridades de Fortaleza avaliarão o tema com atenção voltada aos interesses da sociedade” e que “a plataforma ajuda a impulsionar o turismo, a economia local e a renda doméstica de muitos fortalezenses”.
Entenda o caso
Essa não é a primeira vez que o aplicativo de aluguel de residências enfrenta acusações em solo brasileiro. Em fevereiro deste ano, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis pediu a regulamentação da plataforma e de outros apps do tipo. Para a entidade, a concorrência é desleal, já que o Airbnb opera com custos mais baixos devido ao não pagamento de impostos.
Via G1