No começo deste mês, noticiamos aqui no Olhar Digital sobre a existência de um aplicativo que opera no estilo Tinder, mas com algoritmos que focam em unir pessoas baseando-se no ódio mútuo que sentem por determinados temas. Agora, surgiu a informação de que o tal app pretende uma expansão que pode colocá-lo em linha de concorrência contra serviços como o Facebook.

Atualmente, o Hater funciona apenas como uma plataforma de encontros cuja missão é “unir pessoas com base no que elas odeiam”. Porém, em entrevista ao TechCrunch, o fundador e CEO da empresa, Brendan Alper, avisou que no período de quatro a seis meses haverá uma transformação.

“Podemos oferecer uma experiência que seja mais social e menos sobre encontrar pessoas online [e] que poderia crescer mais organicamente”, comentou ele.

“Com aplicativos de paquera, todo mundo está lá pela mesma razão… isso cria uma pressão inacreditável”, continuou. “No mundo real, não funciona desse jeito… queremos ser um lugar em que todo mundo possa interagir, não apenas os solteiros.”

Há mais de 3.000 tópicos para estimular a aproximação das pessoas no app, e esse catálogo está não apenas crescendo como ainda tem recebido níveis mais profundos de personalização. O TechCrunch usa o exemplo do seriado “Girls”: alguém pode dizer que o odeia só porque a temporada mais recente não lhe agrada, o que não significa necessariamente odiar o formato — algo parecido poderia ser dito sobre “The Walking Dead”, um programa que costuma despertar sentimentos conflitantes entre os fãs. Aplicar ajustes mais precisos vai ajudar quando o Hater atingir seu nível social.

A aposta no ódio não seria estranha no mundo das redes sociais. Basta lembrar que desde o ano passado, quando lançou as reações, o Facebook deixou de operar como se as “curtidas” expressassem todos os sentimentos humanos. O time de Mark Zuckerberg continua resistindo à ideia de incluir um botão de “descurtir”, mas já permite que as pessoas indiquem raiva e tristeza, que são sentimentos negativos. Nesse sentido, o Hater pode surgir como uma alternativa que não se acanha ao apostar em aspectos dos quais o Facebook tem lutado para se afastar.

E os números mostram que há mesmo demanda. Desde dezembro, quando surgiu em versão para testes, o Hater já atraiu 310 mil usuários, com uma média superior a 30 mil usos ativos por dia e retenção variando entre 25% e 30%. Isso que ele ainda nem está disponível para Android.