A evolução da tecnologia e a mudança nos hábitos dos usuários quase sempre vêm acompanhadas de transformações na forma como lidamos com nossos bancos. E este que é um dos setores mais sensíveis da sociedade pode estar prestes a mudar de novo diante da revolução do smartphone.

Alguns dos principais bancos dos Estados Unidos começaram a testar no começo deste ano uma nova forma de acesso a caixas eletrônicos: pelo smartphone. Hoje, as maneiras mais populares de se consultar saldo ou realizar saques nessas máquinas são usando um cartão ou biometria, o que pode mudar no futuro.

O JPMorgan Chase, banco com o maior número de caixas eletrônicos dos EUA (mais de 18 mil), passou a aceitar o celular em vez do cartão de crédito em suas máquinas desde janeiro. O programa piloto começou em apenas algumas centenas de caixas em quatro cidades norte-americanas, incluindo Miami e São Francisco.

De acordo com reportagem do The New York Times, outros dois gigantes bancários dos EUA, o Bank of America e o Wells Fargo, pretendem introduzir essa nova opção de acesso até o fim deste ano. Segundo Jonathan Velline, chefe da operação de caixas do Wells Fargo, o objetivo é dar mais liberdade ao cliente.

“Tem a ver com ter uma escolha. Se você perder o seu cartão ou se sair de casa sem sua carteira, há grandes chances de que ainda tenha pelo menos o seu smartphone na mão”, disse, em entrevista ao NYT. Atualmente, os bancos estudam duas formas de fazer o celular substituir o cartão: por NFC ou por aplicativos.

A primeira opção é a sigla para “near-field communications”, ou “comunicação em campo aproximado”. Trata-se de um protocolo de conexão utilizado por dispositivos eletrônicos para trocar dados de maneira segura em um mesmo ambiente e sem fios. A maioria dos smartphones mais caros do mercado vêm com essa tecnologia integrada, como o iPhone 7 e o Galaxy S7.

Outra opção é por aplicativo: o usuário baixa um app no seu smartphone e usa uma senha digital temporária fornecida pelo banco para acessar sua conta no caixa eletrônico. O problema é que essa alternativa já se provou falha em termos de segurança pelo menos uma vez na história recente dos EUA.

Graças a esse sistema de acesso pelo celular, uma cliente do JPMorgan Chase teve US$ 2.900 (equivalente a quase R$ 9.000, em conversão direta) tirados de sua conta. Um criminoso teve acesso a seu login e senha, baixou o app do banco em seu próprio smartphone e assim fez o saque no nome da vítima. Sem levantar qualquer suspeita.

O Chase afirma que está trabalhando para resolver essas questões de segurança e garante que crimes como esses não devem mais acontecer. Entretanto, o banco continua apostando na nova modalidade de acesso sem cartão, acreditando que essa é a tendência tecnológica a ser seguida.