A operadora de telecomunicações estadunidense AT&T anunciou ontem que pretende disponibilizar redes 5G em duas cidades do país “ao longo dos próximos meses”. As primeiras cidades a receber a nova conectividade serão Austin (no Texas) e Indianápolis (em Indiana).
Com as redes 5G, a operadora promete inicialmente velocidades de conexão de até 400 Mbps. No entanto, com a expansão do serviço, a AT&T espera poder gerar picos de velocidade de até 1 Gbps (1.000 Mbps) até o final de 2017. Além disso, a empresa também abrirá dois novos pontos de teste para redes 5G em Austin.
Essas novidades são parte de um plano de expansão do serviço da AT&T que a operadora chamou de “Indigo”. Esse plano também inclui a atualização da infraestrutura da empresa de telefonia para operar com redes definidas por software (SDN, na sigla em inglês).
Redes controladas por software
O SDN faz com que o roteamento do tráfego de dados entre dispositivos e satélites das redes da empresa seja feito por um programa que usa recursos de big data e aprendizagem de máquina para otimizar o funcionamento das redes. Ele permite que a mesma infraestrutura funcione melhor, graças ao melhor gerenciamento feito pelo software.
Para gerenciar esse tráfego, a AT&T usa um programa chamado Ecomp. Como parte de seu plano Indigo de expansão, a operadora de telecomunicações abriu o código do Ecomp. Isso permite que qualquer pessoa com conhecimento olhe o código e sugira melhorias para torná-lo mais rápido.
Ei, coisinha, vai devagar
Vale a pena lembrar, contudo, que o fato de redes 5G estarem disponíveis não significa que elas poderão ser usadas pelos assinantes da AT&T. Isso tem basicamente dois motivos, como aponta o Engadget: compatibilidade e acesso.
Compatibilidade é uma questão importante, porque nenhum celular no mercado atualmente consegue acessar redes 5G. O primeiro modem 5G para smartphones do mundo foi revelado há pouco tempo pela Qualcomm, e ainda não está em nenhum dispositivo.
Acesso, por sua vez, se refere ao fato de que é necessário ter a permissão da AT&T para acessar a rede. Assim como usuários brasileiros não podem utilizar a rede 4G se não tiverem um plano compatível de sua operadora, os usuários dos EUA precisarão de um plano 5G da AT&T para poder testar a novidade. Ainda que a disponibilidade de planos e dispositivos 5G mude muito até o fim do ano, é provável que apenas poucas pessoas consigam usar a nova rede em 2017.