Inteligência artificial já pode criar outras IAs melhor que humanos

Renato Santino19/01/2017 19h29

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O pesadelo de quem teme que a evolução da inteligência artificial dê origem a algo similar à Skynet, dos filmes do “Exterminador do Futuro”, está um pouco mais próximo. Pesquisadores observaram que as máquinas já estão igualando ou superando a capacidade humana de criar outras inteligências artificiais.

Um artigo do MIT Technology Review conta um caso recente em que pesquisadores do Google Brain, a divisão da empresa que desenvolve IA, fizeram um software criar um sistema de aprendizado de máquina que seria testado contra uma plataforma que avalia a capacidade de processamento de linguagem. O resultado desse software criado pelo software foi superior a qualquer sistema criado diretamente por humanos até hoje.

Ok, talvez isso não signifique que a Skynet esteja a caminho, mas pode ser entendido como um risco à profissão de programador. No entanto, é pouco provável que isso aconteça num curto prazo, já que a tarefa ainda requer altíssimo poder computacional, algo que apenas uma corporação gigante como o Google pode alcançar no momento. Nesse teste, foram necessários 800 processadores gráficos trabalhando em conjunto, o que certamente não é barato.

A evolução de uma tecnologia como essa pode resolver um problema atual no mercado de tecnologia, que investe pesado em inteligência artificial e aprendizado de máquina, mas não encontra tantos profissionais especializados nessa área, que é razoavelmente nova e cada vez mais importante. A pesquisa também aponta que a técnica poderia liberar a mão de obra humana para dedicar-se a funções mais importantes do que as tarefas mais mundanas, como treinar sistemas de inteligência artificial com grandes volumes de dados.

Fica a questão sobre se isso de fato eliminaria o trabalho de pessoas humanas no desenvolvimento de software de aprendizado de máquina e inteligência artificial. Especialistas indicam que hoje, o desenvolvimento de software desse tipo exige um grande esforço humano, e que uma parte dessas funções poderia ser tranquilamente terceirizada para as máquinas, acelerando o tempo de desenvolvimento de produtos que incluem inteligência artificial. Isso certamente não ajuda aliviar o temor de que empregos possam ser perdidos para a tecnologia e, ironicamente, de que os engenheiros de software estariam criando seus próprios sucessores.

Via MIT Technology Review

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital