Jay Y. Lee, o homem que comanda a Samsung, pode ser preso por supostamente tomar parte em uma série de esquemas de corrupção que, em dezembro passado, ajudaram a derrubar a hoje ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye.

Nesta segunda-feira, 16, um promotor especial chamado Park Young-soo anunciou ter feito o pedido de prisão, e a Justiça marcou para quarta-feira, 18, a audiência na qual se analisará o requerimento, segundo informa a Bloomberg.

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Jay é vice-chairman da Samsung. Seu pai, Lee Kun-hee, é o chairman da companhia, mas, como está incapacitado devido a um ataque do coração sofrido em 2014, ele teve os poderes transferidos para o filho.

A promotoria acusa o executivo de ter subornado a ex-presidente coreana para receber apoio governamental em um plano de unir duas afiliadas da Samsung em 2015. Jay teria instruído subsidiárias da Samsung a fazerem doações multimilionárias à família de Choi Soon-sil, que é confidente da ex-presidente, e a duas fundações controladas pela mesma Choi.

A maior doadora

O New York Times explica que a eventual prisão de Jay contribuiria para a construção do caso contra a ex-presidente Park. Ela enfrenta uma investigação mais ampla na esfera governamental, que, em 9 de dezembro, votou favoravelmente pelo seu impeachment.

Investigadores afirmam que Park e Choi conspiraram para obter milhões não só da Samsung, mas de várias outras companhias locais, grande parte delas controladas por famílias poderosas no país. Em novembro, promotores indiciaram Choi por ter coagido 53 grandes negócios a doarem o equivalente a US$ 69 milhões a duas fundações em seu nome.

A Samsung foi quem deu a maior contribuição, diz o NYT: além de doar um total de US$ 17 milhões às fundações, a empresa ainda assinou um contrato de US$ 18 milhões com uma companhia de gerenciamento esportivo alemã que era controlada por Choi. A Samsung também repassou US$ 1,3 milhão a um programa de esportes de inverno tocado por Choi e seus netos.

No mês passado, Jay Y. Lee afirmou, em depoimento, que não estava envolvido nas decisões que culminaram em tais doações. O vice-chairman também argumentou que os repasses eram involuntários, indicando que a Samsung não seria participante do esquema de suborno, e sim vítima de extorsão. A promotoria, entretanto, diz ter provas em contrário.