Google desiste dos planos de usar drones para distribuir internet

Renato Santino11/01/2017 21h46, atualizada em 11/01/2017 21h50

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Mais um grande projeto do Google jamais verá a luz do dia. A Alphabet anunciou que encerrou o projeto de drones movidos a energia solar que seriam utilizados para distribuir sinal de internet em áreas pobres ou distantes, onde a infraestrutura de telefonia é precária. O projeto tinha bastante em comum com Aquila, do Facebook, e o Loon, do próprio Google, que usa balões com a mesma finalidade de distribuir internet.

O projeto teve seu pontapé inicial em 2014, quando o Google comprou uma empresa chamada Titan Aerospace por uma quantia não revelada. A companhia desenvolvia justamente a tecnologia de drones com energia solar, mas a aquisição acabou não se refletindo em nenhum serviço concreto.

O site 9to5Google revelou o caso em primeira mão, notando um êxodo de funcionários do alto escalão da divisão X da Alphabet, antes conhecida como “Google X” e “X Labs”, que incubava os projetos mais ambiciosos e curiosos do conglomerado. Isso inclui o Google Glass, os veículos autônomos, o projeto Loon e os drones de internet, entre vários outros de menos notoriedade. Alguns deles foram um fracasso retumbante; outros foram graduados e deixaram de ser projetos experimentais para se tornarem negócios reais, como é o caso da Waymo, que surgiu a partir do projeto de veículo autônomo.

Contudo, com a transformação do Google em Alphabet, a X tornou-se independente e passou a sofrer com restrições financeiras por não ter mais à sua disposição o dinheiro praticamente infinito do AdWords do Google.

A Bloomberg detalhou o caos enfrentado pela X. “Mike Cassidy deixou o posto de líder de projeto do Loon. Ao mesmo tempo, Chris Urmson, engenheiro do veículo autônomo, deixou a Alphabet, assim como fez David Vos, que cuidava do Projeto Wing, que desenvolvia drones para entregas. Sean Mullaney, substituto imediato de Vos, também saiu da empresa. Outras saídas recentes: Craig Barratt, diretor executivo da Access, a divisão de telecomunicação; Bill Maris, CEO da GV (antes Google Ventures), o braço de investimentos do conglomerado; e Tony Fadell, CEO da Nest, que produz os termostatos inteligentes, e que também supervisionava o desenvolvimento do Google Glass.”

Em contato com o Business Insider, a X informa que não desistiu do plano de disparar internet a partir de grandes altitudes, apesar de ter desistido da ideia do drone. O foco se mantém nos balões do Projeto Loon, que “apresentam uma forma muito mais promissora de conectar áreas rurais e remotas do mundo”.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital