Governo não desistiu de mudança que pode acabar com Nubank

Redação22/12/2016 09h11

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O governo mostrou que o Nubank ainda não está confortável o suficiente para assegurar sua permanência no Brasil. Isso porque a equipe econômica de Michel Temer (PMDB) não recuou em relação às mudanças que planeja aplicar no setor de cartões de crédito — as mesmas mudanças que fizeram a empresa ameaçar fechar as portas.

Em encontro com jornalistas na manhã da última quarta-feira, 21, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que o governo ainda pretende diminuir de 30 para dois dias o prazo que as operadoras de cartão de crédito têm para pagar os lojistas após cada compra. Segundo ele, a medida deve sair dentro dos próximos 30 dias por meio de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), mas pode não ocorrer caso as empresas se proponham a diminuir suas taxas de juros.

“O cronograma continua rigorosamente. As medidas serão tomadas de uma forma ou de outra. O importante é que o custo para o consumidor seja menor. Existe um instrumento do CMN para encurtar o prazo [de pagamento ao lojista]. Os bancos definem os juros. Vamos observar a queda. Se não houver queda, diminuímos o prazo”, declarou o ministro, conforme reporta a Agência Brasil.

Na semana passada, quando o governo anunciou essa medida, foi falado sobre um prazo de dez dias, o que criou pânico no setor — principalmente por conta de declarações do Nubank, que afirmou não ter reservas suficientes para adiantar tanto o pagamento aos lojistas, já que leva em média 26 dias para que a própria empresa receba de seus clientes.

Depois, o Nubank divulgou uma nota menos apocalíptica, informando que “o Banco Central mostrou (…) que não haverá nenhuma mudança abrupta ou unilateral nas regras de pagamento”, e que o governo trabalhará com representantes do setor “para definir como eventuais medidas podem ser implementadas de maneira sustentável, gradativa e sem prejudicar a competição”.

Talvez as coisas não estejam assim tão tranquilas, porque de qualquer forma haverá alguma mudança que gerará impacto para o setor. “Estamos aperfeiçoando estrutura de funcionamento do cartão de crédito. Estamos tomando uma série de medidas que permitam os bancos a baixar os juros e a reduzir o custo do sistema financeiro”, avisou Meirelles.

O ministro esclareceu que o prazo de dez dias nunca foi sobre a aplicação da regra, em si, mas sim acerca da direção que o governo pretendia dar ao assunto, seja focando num plano de diminuição voluntária de juros ou impondo a redução do prazo de pagamento: “Se os bancos não começarem a baixar voluntariamente os juros, o CMN toma a decisão na reunião de janeiro”, decretou.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital