Cientistas encontram cauda de dinossauro perfeitamente preservada em âmbar

Redação08/12/2016 20h33, atualizada em 08/12/2016 20h45

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Uma pequena parte da cauda de um dinossauro que viveu há mais de 99 milhões de anos foi encontrada por cientistas da Universidade de Geociências da China. O material estava perfeitamente preservado em âmbar, incluindo pele, ossos e até as penas que cobriam o animal.

Âmbar é uma resina fossilizada de árvores que costuma preservar alguns artefatos inestimáveis para a ciência. No filme “Jurassic Park”, de 1993, é através do fóssil de um mosquito preservado em âmbar que cientistas conseguiram clonar e reproduzir dinossauros em laboratório.

De acordo com Lida Xing, a pesquisadora que liderou o estudo e assina a pesquisa publicada na revista Current Biology (via National Geographic), a descoberta confirma a suspeita crescente de que, diferentemente do que acreditávamos até poucos anos atrás, os dinossauros tinham, sim, penas como as aves modernas.

Reprodução

O âmbar tem apenas 3,5 centímetros de diâmetro. Análises feitas em laboratório indicaram que a cauda pertenceu a um jovem animal do grupo dos Coelurosauria, um dinossauro com formato semelhante ao de uma galinha, mas de comportamento predatório e com até 3 metros de comprimento. É o mesmo grupo que incluía os tiranossauros.

Ainda segundo Lida Xing, o achado representa um importante avanço nos estudos sobre a evolução dos dinossauros e seu “parentesco” com as aves modernas. A amostra foi encontrada em uma mina de âmbar ao norte de Myanmar, onde acredita-se estar localizada a maior concentração de fósseis do Período Cretáceo (época datada entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás).

A esperança dos pesquisadores é de que, asism que o conflito interno entre o governo de Myanmar e as milícias do Estado de Kachin for resolvido, mais descobertas como essa sejam feitas, com mais cientistas tendo acesso ao local. “Talvez encontremos um dinossauro completo”, diz Lida.

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Jurassic Park?

A história toda pode acender as esperanças dos fãs de ficção-científica que sonham com um Parque dos Dinossauros no mundo real. Acontece que a “ciência” no filme de 1993, ou mesmo nos livros de Michael Crichton, é um pouco distante da realidade.

Na ficção, cientistas conseguem reconstruir os dinossauros a partir de amostras de DNA encontradas na barriga de um mosquito fossilizado em âmbar. No entanto, moléculas de DNA normalmente se desintegram com a passagem de milhões de anos, mesmo que estejam preservadas nessa resina.

Mesmo que, por sorte, cientistas consigam extrair amostras de DNA de dinossauro suficientes a partir de um fóssil desses, ainda é preciso resolver outros furos no roteiro dos filmes. Primeiro, seria preciso dar um jeito de transformar esse DNA em cromossomos. Se isso for possível, depois seria necessário encontrar algum lugar para implantá-los.

Vertebrados precisam do óvulo e do citoplasma de, no mínimo, uma espécie bem próxima na escala evolutiva para serem formados da maneira correta. E não existe, em lugar nenhum do planeta, um animal capaz de chocar o ovo de um dinossauro. Os obstáculos, portanto, são quase incontáveis.

Por enquanto, sendo assim, nem adianta ficar empolgado. A partir dessa mais recente descoberta, as chances de conseguirmos criar um Parque dos Dinossauros como o da ficção são muito próximas de zero. Mas quem sabe o que futuras descobertas nos reservam?

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

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