A indústria da música pode ter demorado para aceitar o streaming como modelo de negócios, mas esse mercado agora parece estar decolando. De acordo com números do Spotify e do Apple Music, mais de 60 milhões de pessoas já assinam esses serviços no mundo todo; destas, mais de 40 milhões pagam pela versão Premium do Spotify, e mais de 20 milhões assinam o Apple Music.
Considerando um pagamento médio de US$ 10 mensais vindo de cada usuário, o montante gerado por esse mercado seria superior a US$ 7,2 bilhões anuais. Levando em conta que esses números são relativamente conservadores e incluem apenas os dois serviços pagos com maior número de assinantes, o mais provável é que o valor real seja mais próximo de US$ 10 bilhões anuais.
Por enquanto, o Spotify não divulga números precisos sobre quanto cada cliente seu paga. No entanto, é possível que a empresa comece a vender suas ações no ano que vem. Nesse caso, ela precisaria divulgar publicamente essas informações, o que permitiria dizer com mais precisão quanto o serviço de streaming ganha, em média, por cliente.
Alto e baixo
O lado positivo desses números é que eles mostram que há bastante gente no mundo disposta a pagar cerca de US$ 120 por ano para ter acesso a um serviço de streaming de música. Levando em conta que baixar música de graça pode ser muito fácil, o número é impressionante. A conveniência e confiabilidade que esses serviços oferecem provavelmente são o que motivam os consumidores a pagar por eles mesmo quando alternativas gratuitas existem.
No entanto, mesmo nesse cenário positivo, os números ainda são bem menores do que aqueles com os quais a indústria trabalhava na década de 90. De acordo com o ReCode, em 1999, por exemplo, a indústria musical movimentou US$ 40 bilhões no mundo inteiro. Nesse ano, apenas nos Estados Unidos, as vendas de CDs somaram US$ 15 bilhões.
Esses números, contudo, não representam a totalidade do setor musical atual. O mercado de vinil, por exemplo, vem crescendo em ritmo acelerado e já gera mais receita do que serviços gratuitos de streaming nos EUA. Além disso, a dificuldade de se acessar pirataria pode, por incrível que pareça, reduzir o quanto as pessoas gastam com cultura: é isso que apontam estudos realizados na Suécia e na Austrália.