O maior site de compartilhamento de músicas via torrent fechou suas portas nesta semana depois de uma operação policial. Trata-se do What.CD, que estava em atividade há quase dez anos.
Na última quinta-feira, 17, os responsáveis pelo site usaram o Twitter para avisar que, “devido a eventos recentes, o What.CD foi encerrado”. “É improvável que voltemos em breve no nosso formato atual”, continuam eles.
All site and user data has been destroyed. So long, and thanks for all the fish. <3 2/2
— What.CD (@whatcd) 17 de novembro de 2016
Há também um alerta de que todos os dados de usuários e dos servidores teriam sido destruídos, e o Ars Technica reporta — com base em informações da imprensa francesa — que o desligamento do site se deve a uma ação da polícia da França, que teria se apropriado dos servidores do What.CD.
Aí surgiu uma confusão de afirmações. O What.CD diz que as reportagens sobre a apreensão dos servidores “não são factuais”, enquanto a mídia francesa reporta o contrário. Mas o site do What.CD ainda está ativo repercutindo os mesmos avisos que foram publicados no Twitter — então como a polícia obteve os servidores se o site está de pé? E, se os administradores têm controle sobre o site, por que o restante do serviço foi desativado?
Em contato com o Ars, um dos administradores disse que eles não têm certeza sobre a tomada dos servidores — “mas todas as evidências suportam isso, então estamos operando como se fosse verdade”. Essa pessoa afirmou ainda que o desligamento foi decisão dos administradores, e não da polícia, o que os leva a crer que as autoridades não conseguiram apreender seus dados.
O What.CD entrou em funcionamento em 2007 e só podia ser acessado por convite. Aos poucos o site foi ganhando corpo até conquistar o status de maior dentro da sua área de atuação. Os administradores juram que não obtinham lucros e que todo o dinheiro doado pelos usuários era revertido em melhorias para o serviço. “Isso pode não parecer muito eticamente convincente para uns (…). É possível encontrar todo tipo de site de torrents rodando por lucro, e isso é algo com o qual nenhum de nós estaria confortável.”