No fim de outubro, quando um tribunal britânico decidiu que a Uber teria de tratar um pequeno grupo de motoristas como funcionários, e não profissionais autônomos, abriu-se um precedente que pode impactar drasticamente as operações da empresa no país e até respingar em outros mercados.
Centenas de motoristas procuraram os advogados que tocaram aquele caso para abrir ações semelhantes, segundo noticiou The Guardian. Eles querem garantir direitos que são concedidos aos trabalhadores britânicos, coisas como salário mínimo e férias remuneradas.
O caso do mês passado foi movido pelo sindicato em nome de 19 motoristas. Dois deles foram escolhidos para falar ao tribunal e convenceram o juiz. Agora a advogada Annie Powell, que os representou, diz que seguirá exatamente os mesmos procedimentos para reclamar os direitos dos demais motoristas insatisfeitos.
A Uber possui 40 mil motoristas inscritos no Reino Unido. Se todos eles ganharem ações trabalhistas, a companhia se verá com um rombo enorme nas contas, porque terá de indenizar os trabalhadores de forma retroativa.
A companhia argumenta que não emprega os motoristas e apenas disponibiliza uma plataforma que facilita a obtenção de corridas. O tribunal que decidiu contra a Uber, entretanto, classificou como “francamente ridícula” a sugestão de que a plataforma seja operada com base em milhares de micro-empresários e acusou a empresa de usar “ficção, linguagem distorcida e até terminologias inventadas” para se defender.