Rússia diz ter como quebrar a criptografia do WhatsApp

Renato Santino01/08/2016 20h06, atualizada em 01/08/2016 20h10

20160801171021

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Lembra que o WhatsApp diz e jura de pés juntos que nem a empresa, nem governos, nem ninguém mais pode ler as mensagens que são trocadas por meio do serviço? A Rússia deve se tornar uma exceção, tornando uma política de estado a coleta de chaves de criptografia que permitiriam interceptar mensagens para que elas possam ser lidas sem problemas.

O FSB, órgão que sucedeu a KGB com o declínio da União Soviética, anunciou que agora tem os meios para realizar a coleta destas chaves, que permitirão a leitura de conteúdo que seria incompreensível por causa da criptografia.

A Rússia, sob o comando de Vladimir Putin, tem adotado uma posição bastante radical em termos de privacidade e segurança de dados, com uma lei aprovada há um mês que requer uma “porta-dos-fundos” em criptografia entre outras regras que facilitam o trabalho de espionagem.

O alvo da lei era, especialmente, os aplicativos como o WhatsApp e o Telegram, que adotam uma criptografia de ponta-a-ponta que, em teoria, não poderia ser quebrada com facilidade. A lei pede uma punição de cerca de R$ 50 mil por não colaboração, mas não é muito claro com que frequência esta multa pode ser aplicada. Putin, no entanto, decidiu não ficar refém da cooperação das empresas e colocou a FSB para trabalhar também para “produzir as chaves de criptografia”.

Para piorar a situação, o governo é propositalmente pouco claro sobre a situação, e não diz como. As empresas também não se manifestam sobre o assunto, o que complica ainda mais a situação.

Anton Nesterov, um especialista russo, explicou ao Daily Dot algumas das ramificações da legislação, que obviamente não afeta apenas terroristas planejando atentados por meio dos aplicativos. Como não há explicação da lei, até mesmo empresas como Visa e Mastercard poderiam ser forçadas a compartilhar as chaves que protegem transações por cartões de crédito, entre outras implicações negativas.

Via Daily Dot

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital