Cientistas podem ter descoberto o ancestral comum a todos os seres vivos

Redação28/07/2016 17h27, atualizada em 28/07/2016 17h45

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Diz a teoria da evolução que cada espécie de ser vivo na Terra é apenas um galho numa grande árvore genealógica comum, e que toda forma de vida decende de um mesmo ancestral (o “tronco” dessa árvore). Um estudo publicado nesta semana pela revista Nature Microbiology revela detalhes sobre como pode ter sido esse nosso antepassado.

O organismo foi batizado pelos cientistas da Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf, na Alemanha, como LUCA: sigla que significa “last universal common ancestor”, ou “último ancestral universal comum”, em tradução livre. Esse parente distante de toda a vida na Terra pode ter nascido nas profundezas do oceano, há mais de 4 bilhões de anos.

O Luca, porém, não deixou fósseis ou qualquer outro vestígio para análise, mas apenas um fraco traço genético comum a todos os seres vivos. Os pesquisadores avaliaram genes de bactérias e arqueas, conhecidos da ciência como os organismos mais simples do planeta – e, por isso, provavelmente os mais antigos – para descobrir do que era composto o DNA dos seus antepassados.

O estudo revelou a presença de 355 proteínas comuns em bactérias e arqueas e que também oferecem um perfil do antepassado desses dois seres, e consequentemente o de todos nós. O parente mais antigo da humanidade teria vivido próximo a fontes hidrotermais, era auto-suficiente e tinha uma enzima que o mantinha vivo em um ambiente possivelmente vulcânico, segundo os cientistas.

Dúvidas

Nem toda a comunidade científica concordou com os resultados da pesquisa, porém. Segundo o jornal The New York Times, críticos do estudo sugerem que o Luca seria na verdade o último sobrevivente de um gargalo populacional – evento na escala evolutiva em que a população de uma espécie é reduzida ao ponto de aproximar-se da extinção.

Isso explicaria por que bactérias e arqueas compartilham dos mesmos genes que esse organismo recém-descoberto. Outros cientistas também sugeriram que o Luca seria na verdade uma versão evoluída do primeiro organismo vivo, enquanto uma outra hipótese levantada questiona se o tal ancestral pode ser considerado um ser vivo, já que não possui todas as características de um.

Por enquanto, porém, o estudo ainda carece de evidências mais fortes. Mas se for comprovada, a hipótese do Luca derrubaria a teoria de Charles Darwin de que a vida se formou em um lago aquecido na superfície, e não nas profundezas do oceano.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital