Cientistas criam robô com células de corações de ratos

Redação08/07/2016 13h55

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Pesquisadores da Harvard University criaram uma espécie de “robô biológico” semelhante a uma arraia usando ouro, silicone e células cardíacas de ratos modificadas geneticamente. Divulgado hoje no periódico Science, O robô tem pouco mais de um centímetro de comprimento, pesa menos de dez gramas, e pode ser controlado remotamente para se mover por líquidos.

Mais de 200 mil células de corações de ratos são responsáveis por permitir o movimento do robô. As células foram modificadas geneticamente para responder a ondas de luz de determinado comprimento. Quando a luz é usada para iluminar o robô, ele começa a ondular e anda para frente; para fazê-lo virar para um lado, basta iluminar apenas aquele lado.

Além disso, por ser composto de células vivas, o robô consegue se alimentar de nutrientes presentes nos líquidos pelos quais se move. Mesmo após seis semanas, 80% de suas células continuavam vivas, permitindo que ele funcionasse normalmente. Por outro lado, os pesquisadores admitem que ele é vulnerável a bactérias ou fungos, pois não possui sistema imunológico, e por isso qualquer infecção pode destruí-lo. Abaixo, é possível ver um pequeno vídeo do movimento do robô.

Quatro camadas

Segundo o site Popular Mechanics, o “robô biológico” é composto por quatro camadas de materiais. A primeira delas é um corpo flexível feito de silicone (o mesmo material usado em implantes de seios) que segura todas as camadas juntas.

A segunda camada é um “esqueleto” de ouro que faz com que os músculos retornem à sua posição original após as contrações. De acordo com os cientistas, ele é feito de ouro porque esse material tem a flexibilidade necessária para se mexer com facilidade mas, ao mesmo tempo, a rigidez exigida para servir como esqueleto.

Abaixo dele, a terceira camada é outra superfície fina de silicone que impede que o ouro tenha contato direto com os músculos. Ao mesmo tempo, essa camada também “guia” o crescimento das células musculares abaixo dela, para que elas desenvolvam exatamente a arquitetura muscular que os pesquisadores desejam.

Finalmente, a quarta camada contém os músculos cardíacos de ratos, que são responsáveis pela movimentação do robô. As células musculares são organizadas de maneira que cada célula, ao se contrair, faz com que a vizinha se contraia também. Esse arranjo imita o movimento ondulante dos músculos das arraias, e permite que o robô se mova. Na imagem abaixo, o robô está do lado esquerdo, ao lado de algumas moedas para comparar o tamanho. Do lado direito, uma arraia, para comparação:

Reprodução

Ser vivo?

Kit Parker, o bioengenheiro que liderou a equipe responsável pelo robô, acredita que ele é na verdade um ser vivo. “Acho que temos uma forma de vida biológica aqui”, ele disse ao popular Mechanics. “Eu não o chamaria de organismo, porque ele não pode se reproduzir, mas ele certamente está vivo”, completou.

Parker acredita que o robô é interessante como pesquisa por mostrar maneiras como músculos podem ser utilizados para controlar flxos de líquidos. “Roboticistas e engenheiros poderão ver diferentes maneiras de usar células biológicas como materiais de criação”, opinou.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital