Em 2014, o Google apresentou o Material Design, uma filosofia de design para Android baseada em cards, que passou a ser usada na construção de diversos aplicativos e serviços da gigante da tecnologia, como o Gmail, YouTube, Drive e Maps. Aqui você encontra uma análise completa sobre a interface do Google.
O estilo colorido e simples agradou os usuários, e o Google disponibilizou a ferramenta Material Design Lite para que desenvolvedores pudessem criar sites e aplicativos seguindo os templates e elementos padronizados. Com isso, as empresas que aderiram à linguagem ganharam pontos importantes na experiência do usuário e, de quebra, geraram economia de custos.
“É um design muito conceitual. Como o Android é o sistema operacional mais utilizado, as pessoas já sabem como usar o seu produto mesmo sem nunca terem visto”, afirma Lucas Teixeira, CTO do Moskit CRM, que oferece uma plataforma para que as empresas melhorem o relacionamento com os clientes.“Ele (o usuário) sabe onde está o menu do aplicativo e onde adicionar um novo projeto porque são os mesmos elementos já vistos no Android”.
Eduardo Horvath, UX Lead do site de imóveis VivaReal, explica que a interface ajuda a priorizar o que é importante em uma determinada página do aplicativo ou site, garantindo mais conforto na hora de navegar e auxiliando os usuários que não são tão engajados. “O nosso público é muito volátil em idade e a gente precisava de um aplicativo fácil de entender”.
A utilização do Material Design se reflete ainda em outros pontos. Com uma usabilidade mais simples, as pessoas têm menos dúvidas em relação aos serviços, o que diminui os gastos com suporte e atendimento ao cliente.
Além disso, como o design segue um padrão, as empresas também gastam menos tempo e dinheiro na hora de desenvolver a plataforma. “A nossa primeira opção era desenvolver uma arte própria, mas isso demanda muito tempo e investimento. Então, decidimos usar a do Google porque o nosso talvez não ficasse tão bom e porque não tinha motivo para não aproveitar o Material Design”, afirma Teixeira.
Horvath, porém, lembra que é importante conhecer o público-alvo pois alguns elementos podem não funcionar da maneira esperada. “A gente percebeu que o botão sugerido para favoritos era um coração, mas trocamos para uma estrela, porque os nossos clientes achavam que o coração era para indicar que curtiu o imóvel e não que ele estava favorizando”.