O primeiro passo para a colonização de Marte será dado em 2018. A SpaceX, empresa fundada pelo bilionário Elon Musk com o objetivo número 1 de estabelecer colônias marcianas, vai, a partir desta data, começar a enviar as naves para o planeta vermelho. Inicialmente, no entanto, elas não serão tripuladas.
Em entrevista ao Washington Post, Musk deu mais alguns detalhes sobre qual é o plano para estabelecer a humanidade em um novo planeta. Ele crê que haverá voluntários o suficiente quando chegar a hora de colocar pessoas de verdade em uma missão arriscada com grandes chances de ser uma viagem sem volta.
A ideia é apostar no mesmo espírito de exploração que os colonizadores que cruzaram o Atlântico na metade do milênio passado. “Assim como foi com o estabelecimento das colônias inglesas, as pessoas adoram isso. Elas querem ser as pioneiras”, conta ele. O que ele não diz é que, em muitas destas viagens colonizadoras, houve outros interesses além do “avanço da humanidade” e “pioneirismo”; a maioria foi em busca de riqueza além-mar, estabelecendo rotas de comércio, ou fugia de outras ameaças, como guerras.
De qualquer forma, esse momento de confiar no espírito aventureiro da humanidade vai demorar para chegar ainda, o que está planejado para acontecer apenas em 2025. Até lá, as missões não serão tripuladas.
As primeiras fases do plano envolvem enviar sondas e equipamentos para realizar experimentos em Marte. Estes primeiros voos têm como objetivo mais do que conhecer o terreno, e as informações coletadas serão usadas para garantir um voo seguro dos humanos quando chegar a hora. Elon Musk fala em estabelecer “rotas de carga para Marte”.
“Essencialmente, o que estamos falando é em estabelecer uma rota de carga para Marte. Você pode contar com isso. Vai acontecer a cada 26 meses, como um trem que deixa a estação. E, se os cientistas ao redor do mundo sabem que podem contar com isso, e que não vai ser caro comparado com qualquer coisa feita no passado, então eles irão planejar de acordo, e criar grandes experimentos”, afirmou Musk. A frequência de 26 meses não é acaso, e coincide com a época em que a órbita da Terra e Marte estão mais próximas.
Para chegar lá, a SpaceX vai usar suas espaçonaves Dragon, que usa um foguete chamado Falcon Heavy, que contém 27 motores de primeiro estágio. Ao ser lançado pela primeira vez, ainda neste ano, ele será o foguete operacional mais poderoso do mundo, com força equivalente a 18 aviões Boeing 747.
O histórico de missões a Marte não é muito bom, por enquanto. São 43 voos robóticos, com 18 pousos bem-sucedidos, e a nave Dragon é pelo menos 10 vezes maior do que qualquer outro objeto humano em Marte, o que também dificulta o pouso.
A expectative é que até 2020 já tenham sido enviados para Marte duas espaçonaves Dragon, repletas de materiais e experimentos. Em 2022, a empresa vai lançar o Mars Colonial Transporter, um equipamento para fornecer o essencial para colonizar o planeta. Em seguida, em 2024, o primeiro voo humano, com previsão de chegada em 2025.
A linha do tempo é bastante ambiciosa. E polêmica. Musk já foi criticado por muitos que acreditam que não há tempo suficiente para fazer os experimentos necessários para garantir a segurança de uma viagem tripulada em 2024. No entanto, se o foguete Falcon Heavy tiver sucesso em seu primeiro lançamento neste ano, as esperanças de cumprir o objetivo aumenta; senão, é bem provável que haja um atraso nesta linha do tempo.