Cientistas conseguem armazenar dados em células como se fossem HDs

Redação10/06/2016 21h35, atualizada em 10/06/2016 21h41

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A revolucionária ferramenta CRISPR, capaz de ajudar pesquisadores a editar informações genéticas de seres vivos, tem ganhado cada vez mais destaque no meio científico. O mais novo uso para o método foi revelado em um estudo da Universidade de Harvard que conseguiu transformar células de bactérias em unidades de armazenamento de dados, como se fossem pequenos HDs de computador.

Cientistas revelaram na revista Science que o CRISPR foi usado para alterar geneticamente a propriedade de algumas células em uma bactéria Escherichia coli. Além de armazenar algo entre 30 e 100 bytes de dados, as bactérias foram capazes de se reproduzir e passar essas informações adiante para a sua prole.

Esses 100 bytes, porém, não foram preenchidos com arquivos de computador. O que os cientistas fizeram foi manipular o sistema imunológico das bactérias para que ele pudesse armazenar informações do ambiente. Em seguida, os microorganismos foram infectados por vírus e, com suas defesas naturais atuando como um HD, puderam registrar a forma como o vírus de comporta e o que foi feito pelo organismo para combatê-lo.

Não é a primeira vez, contudo, que cientistas conseguem usar o ácido desoxirribonucleico como disco rígido. Em métodos anteriores, dados eram codificados em forma de uma sequência genética que então era sintetizada na forma de um DNA – que, por sua vez, nunca chegava a dar vida a qualquer organismo, já que todo o experimento era conduzido de forma artificial.

Segundo Jeff Nivala, um dos líderes do novo estudo, o método antigo permitia que apenas algo em torno de 11 bits fosse armazenado em um DNA. “Nós registramos a informação diretamente no genoma” de um organismo vivo, explica o cientista. “Embora a quantidade de dados que temos armazenada dentro de um genoma seja relativamente pequena em comparação com sistemas totalmente sintéticos, acreditamos que esse método de armazenamento possa trazer muitas vantagens”.

Entre os possíveis usos dessa descoberta, além de permitir que a ciência colete informações ainda mais precisas sobre o funcionamento de organismos vivos, os pesquisadores acreditam que o armazenamento genético de dados pode ajudar a combater doenças ainda incuráveis e a compreender a evolução de certas condições moleculares ao longo de gerações.

Via Gizmodo

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital