Você talvez nunca tenha ouvido falar em The DAO. E tudo bem, o termo não é lá muito conhecido por aqui, pelo menos não por enquanto. Saiba, então, que se trata de um projeto focado na internet e que quer mudar completamente o mundo e a maneira como vivemos. Para isso, eles já contam com mais de US$ 140 milhões arrecadados por internautas de todo o mundo.
DAO é o acrônimo para “Decentralized Autonomous Organization” (em português fica “Organização Autônoma Descentralizada”). Assim, trata-se de uma organização sem um controle centralizado e que é comandada por todas as pessoas que investem dinheiro nela.
Mas o que essa organização produz? Nada e tudo. DAO não é uma empresa, ela é uma plataforma de investimentos que engloba projetos criados por pessoas do mundo inteiro. Funciona como uma página de crowdfunding, mas com uma estrutura totalmente descentralizada onde é a comunidade de investidores que decide por votos qual projeto irá receber recursos financeiros para sair do papel.
Esses recursos são obtidos por meio dos investimentos na própria plataforma, e não nos projetos, e que são realizados utilizando a moeda digital Ethereum. Ela funciona de forma semelhante à Bitcoin. A grande diferença é que ela é uma rede descentralizada de investimentos. Qualquer pessoa pode criar uma empresa e esperar que outras pessoas invistam dinheiro (na moeda ETH) nela.
Assim, o papel do DAO é criar uma organização que englobe diversos projetos que podem receber investimentos massivos de uma só vez (já que a empresa já conta com um caixa de mais de US$ 160 milhões) se assim for a vontade dos membros da comunidade. Com isso, elas não precisem esperar meses ou anos para arrecadar quantia suficiente para colocar a ideia em prática.
O objetivo aqui é se tornar o patrocinador de startups e fazer com que todos os membros da comunidade (inclusive os que não votaram a favor de um determinado projeto apresentado) tornam-se acionistas e compartilhem os lucros ou prejuízos.
Antes de sair por aí pensando em ideias fantásticas, não vá pensando que qualquer projeto pode ser colocado no site. Uma curadoria de onze pessoas – a qual uma delas é um brasileiro – tem a responsabilidade de validar os códigos dos projetos para definirem se eles realmente podem cumprir na prática o que estão prometendo na teoria.
A intenção, portanto, é dar mais oportunidades de crescimento para empresas que se administram automaticamente e que carecem de recursos públicos ou privados para crescerem em um mercado competitivo. Para isso, no entanto, elas precisam firmar um smart contract (contrato inteligente, na tradução) – protocolo de computador que facilita as negociações virtuais e que não permite o envolvimento humano direto a partir da assinatura do documento – com a rede Ethereum.
Um projeto que a plataforma poderia ajudar a dar à luz seria um aplicativo de transporte urbano totalmente descentralizado. Pense nele como um Uber melhorado. Não haveria qualquer órgão legal que pudesse derrubar a infraestrutura do programa. Parece algo irreal, certo? Mas saiba que isso já está em fase de testes na cidade de Austin, nos Estados Unidos, sob o nome de Arcade City.
E se você pensa que o objetivo do DAO é revolucionar apenas a criação de startups e os métodos de regularização de empresas privadas, fique sabendo que está enganado. A plataforma poderia ser utilizada até mesmo para fins eleitorais, já que os candidatos poderiam lançar suas candidaturas pela própria estrutura digital e receber financiamento coletivo dos usuários que apoiam suas ideias.
Se o DAO irá vingar e ter um futuro promissor para tornar-se essencial para a vida de startups ainda é um mistério. Fato é que o projeto se baseia na democracia e no conceito de que cada pessoa é livre para investir o quanto quiser e ter voz ativa em todas as decisões da organização.
Mais informações sobre o The Dao podem ser obtidas no site oficial da organização.