Após o anúncio feito pela Lenovo na manhã desta terça-feira, 17, uma coisa é certa: o Moto G não é mais o mesmo. O smartphone que surgiu no Brasil arrebatando listas de mais vendidos e mais procurados em todo o mercado há quatro anos, por sua boa performance e baixo preço, hoje mira em um outro público e tem uma nova proposta.

No evento de lançamento da “família” Moto G4 – Moto G, Moto G Plus e Moto G Play – ficou claro que a estratégia da Lenovo é transformar o aparelho, que antes era um intermediário de baixo custo, num produto da faixa premium anteriormente ocupado pelo top de linha Moto X. Pelo menos em termos de preço e posicionamento no mercado, essa é a mensagem que o anúncio passa.

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Já em termos de desempenho, deixando de lado as estratégias comerciais da fabricante que não interessam ao consumidor final, o novo Moto G também parece superar o que as gerações anteriores conseguiram realizar. Pelo menos foi o que constatamos em nossas primeiras experiências com as três versões em mãos, que você confere abaixo.

Moto G4

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O carro-chefe da nova linha de smartphones com a marca Moto parece ser o melhor dos três. Mais fino do que os antecessores, o aparelho preserva as qualidades do design que a linha sempre teve, mas com um toque a mais de sofisticação, especialmente nas bordas curvas da parte traseira e nas laterais metalizadas.

Com processador Snapdragon 617 e 2GB de RAM, o Android 6.0 Marshmallow quase puro instalado no modelo que testamos roda rapidamente, sem sinal de travamentos. O que se destaca, porém, é a tela de 5,5 polegadas e resolução Full HD (1080 x 1920 pixels), com tecnologia IPS LCD. A imagem não chega a ser tão cristalina quanto a de um display AMOLED, por exemplo, mas a melhoria em relação à geração passada é nítida.

A câmera do dispositivo também supera expectativas, dado o histórico recente do Moto G. O sensor traseiro tem 13MP e abertura de f/2.0 com um sistema de flash LED duplo. O software, por sua vez, equilibra as cores captadas com o uso do flash e ainda vem cheio de recursos profissionais interessantes, como ajuste manual de ISO.

Apenas o ajuste automático do foco na imagem permanece um ponto a ser melhorado, ainda um pouco lento. Do mesmo modo, a resolução de 5MP na câmera frontal registra selfies de qualidade questionável, dependendo do ambiente. Por outro lado, a lente de ângulo mais aberto permite capturar mais área de imagem, ideal para fotos em grupos, sem precisar do famigerado “pau de selfie”.

Moto G4 Plus

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Embora seja o modelo mais caro e de mais alta performance entre os novos anúncios, o Moto G4 Plus peca em algumas escolhas de design. Segundo a Lenovo, trata-se do smartphone mais fino já fabricado pela empresa, e considerando as 5,5 polegadas de tela Full HD, o dispositivo fica um pouco “inseguro” na mão do usuário, mal equilibrado e dando a constante impressão de que pode escorregar e cair da sua mão a qualquer momento.

A Lenovo também incluiu um sensor de impressões digitais, logo abaixo da tela. O quadrado ressaltado na parte da frente do aparelho, logo abaixo da tela, é um pouco incômodo esteticamente, e sua presença ali pode não convencer aquele usuário que não se preocupa tanto com questões de segurança. De um modo geral, as mudanças no design acabam aí.

Desempenho, como era de se esperar em um processador octa-core de 1,7 GHz com 4GB de memória RAM, não deixou a desejar nesses primeiros testes. O que se destaca, novamente, é a câmera, insistentemente comparada pela Lenovo com a câmera do iPhone 6s. De fato, o sensor de 16MP, foco a laser e abertura de f/2.0 é um dos melhores que a empresa já produziu, captando imagens rápidas e de alta qualidade, mesmo em diferentes condições de iluminação e movimento.

Moto G4 Play

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O caçula da família Moto G só chega ao mercado em agosto e, portanto, pouco sobre o aparelho foi mostrado no evento desta terça. O que se sabe é que ele tem configurações um pouco mais modestas – a tela, por exemplo, é de 5 polegadas – e deve ser vendido com um preço sugerido abaixo de R$ 1 mil.

Se for esse mesmo o caso, o Moto G4 Play deve ser o único modelo da nova safra que realmente parece vir da mesma “linhagem” que os antecessores, apostando num público consumidor de entrada. Em termos de design, as linhas são mais parecidas com os modelos das últimas gerações do Moto G do que os novos aparelhos.

E isso foi tudo o que pudemos ver do aparelho: o software estava bloqueado para os jornalistas durante a demonstração. Portanto, não pudemos conferir câmera, especificações, desempenho ou qualquer outro detalhe.

Outros recursos

A Lenovo também prometeu uma bateria mais longa nos três modelos – 3.000 mAh no Moto G4 e G4 Plus, 2.800 mAh no Play -, assim como um sistema de carregamento mais ágil – carregador de 10 watts no G4 e G4 Play, 15 watts no G4 Plus. Para comprovar este quesito, porém, é preciso avaliar de forma completa cada aparelho, o que você confere aqui no Olhar Digital, com mais imagens e informações, na análise que publicaremos em breve.

Outros recursos foram demonstrados, mas não puderam ser testados para valer, como o sistema Dual Chip inteligente dos novos aparelhos. Segundo a Lenovo, o smartphone agora escolha qual cartão SIM usar de acordo com a operadora do contato. Por exemplo: se você ligar para um amigo que usa chip da Claro, o sistema seleciona o chip da Claro que há no seu dispositivo para fazer a chamada automaticamente.

Caso você esteja ligando para um número de uma operadora diferente da que você usa, o sistema escolhe o mesmo chip que você sempre seleciona em ligações para essa pessoa, baseando-se em seu histórico. Além disso, o Moto G4 vem com TV digital integrada (não é opcional) que funciona com uma antena externa flexível.

As três novas versões do Moto G já estão disponíveis para a compra nas lojas da Motorola e na loja virtual Moto Maker, que permite ao usuário escolher detalhes do design do seu produto, incluindo uma das oito cores à disposição. O Moto G4 sai por R$ 1.299 e o G4 Plus por R$ 1.499.