A Microsoft indicou esta semana dois novos nomes para sua mesa de diretores: Sandra Peterson, presidente da Johnson & Johnson, e Padmasree Warrior, ex-chefe de tecnologia da Cisco (na foto acima). Pode não parecer, mas o ato representa um grande avanço rumo à diversidade na indústria da tecnologia.
Segundo acadêmicas e ativistas especializadas em igualdade de gênero, o número mínimo de mulheres na direção de uma empresa de capital aberto deve ser três. Uma mulher sozinha pode, por vezes, se sentir isolada diante de uma mesa majoritariamente masculina. Além disso, ela pode ter dificuldades para ser avaliada por seu trabalho.
“O perigo de ser a única mulher ou única minoria em qualquer ambiente é o de ser vista como um token, uma representante do ‘ponto de vista da mulher’. Você é mais notada pelo seu gênero do que por sua contribuição”, explica Brande Stellings, vice-presidente da iniciativa de ação social americana Catalyst, em entrevista ao site The Huffington Post.
Uma pesquisa realizada pelo próprio Huffington Post mostrou que, das 100 principais empresas na bolsa de valores Nasdaq, 37 possuem apenas uma mulher em suas diretorias. Já entre homens, o número de executivos chega a 7, em pelo menos 25% das companhias. Em média, uma mesa de diretores é composta por cerca de 10 membros: de 8 a 9 são homens, enquanto de 1 a 2 são mulheres.
Se as indicações da Microsoft forem aceitas pelos acionistas, a companhia terá quatro mulheres na mesa de diretores. Seria um importante avanço na promoção da igualdade de gênero, mas ainda há muito o que ser feito. Segundo a própria empresa, seu quadro de funcionários ainda é composto em 72% por homens.
A votação acontece em dezembro, quando Sandra e Padmasree podem se unir a Teri L. List-Stoll – a quarta executiva, Maria M. Klawe, anunciou sua saída do cargo esta semana. A mesa é composta ainda por mais oito homens.