Nesta terça-feira (1º), a gigante da tecnologia corporativa Salesforce anunciou uma das maiores aquisições da história da indústria. A companhia fechou a compra do Slack, software de comunicação usado por milhões de empresas no mundo, por US$ 27,7 bilhões, confirmando rumores que já circulavam desde o mês passado.
A fusão coloca imediatamente a Salesforce como um dos maiores nomes no setor de comunicação interna corporativa. O Slack, por sua vez, ganha uma força gigantesca por trás da marca, o que não é irrelevante quando o setor se mostra cada vez mais competitivo, com o crescimento do Microsoft Teams, que se aproveita do grande alcance do Office e do Windows.
O momento foi ideal para a aquisição. Como nota o site TechCrunch, o Slack dava sinais de que seu auge já havia passado. Seu valor de mercado caiu 40% em comparação ao registrado na época da sua abertura de capital entrando no ano de 2020, e caiu cerca de 16% desde seu último anúncio de resultados, sinalizando um pessimismo com os rumos da companhia. Além disso, o aplicativo perdeu US$ 147,6 milhões no primeiro semestre de 2020, sem sinal de reversão para a lucratividade.
A situação do Slack se degradou bastante ao longo dos anos. A empresa teve um crescimento meteórico desde 2013, e chegou a ser cotada em US$ 7 bilhões antes de sua abertura de capital, o que é uma marca significativa para uma empresa independente, e que sempre encontrou concorrência forte no setor, de outras gigantes como Microsoft e Google.
Curiosamente, sua ascensão não foi simples. Seu desenvolvimento tem origem em 2009, com uma pequena empresa chamada Tiny Speck, que produziu um jogo multiplayer online chamado Glitch, que não sobreviveu muito tempo. No entanto, a empresa, paralelamente, desenvolveu um software de comunicação interno que acabou evoluindo e se tornando o Slack.
O diferencial do Slack, no entanto, foi a possibilidade de se combinar com outros softwares corporativos. O site TechCrunch nota que a aquisição pela Salesforce pode fazer bom uso desse recurso, permitindo integrar uma série de bots à plataforma que permitiriam aos clientes fazer mais com o aplicativo sem precisar fechar o Slack.