A Apple está sendo acusada pelo grupo ativista austríaco Noyb de utilizar uma ferramenta de rastreamento online instalada em seus iPhones sem a autorização de seus clientes. Os argumentos foram apresentados pelo coletivo liderado por Max Schrems às autoridades da Espanha e Alemanha. A gigante da tecnologia nega o uso do recurso sem a permissão de seus clientes.
A aplicação alvo do pedido é conhecida como Identifier for Advertisers (IDFA, na sigla em inglês). Um código de rastreamento é gerado automaticamente por esta ferramenta assim que o smartphone da marca é configurado. Resumidamente, este código serve para que empresas saibam das preferências dos usuários e consigam direcionar anúncios de maneira mais assertiva.
ðŸÂ We filed complaints against Apple’s tracking code “IDFA” which allows Apple and all apps on the phone to track a user and combine information about online and mobile behaviour.
https://t.co/5iiNgE0rUR pic.twitter.com/bZSGKdKGdj
— noyb (@NOYBeu) November 16, 2020
“A Apple coloca códigos que são comparáveisa um cookie em seus telefones sem qualquer consentimento do usuário. Esta é uma violação clara das leis de privacidade da União Europeia”, afirmou o advogado de Noyb, Stefano Rossetti. Neste ponto, o defensor do grupo se referiu à Diretiva de privacidade eletrônica da UE, que requer o consentimento do usuário antes da instalação e uso de tais informações.
Segundo o portal de notícias Bol, esta é a primeira importante ação contra empresas sediadas nos Estados Unidos relacionada às regras de privacidade da UE. Ainda cabe lembrar que Max Schrems é conhecido por seu ativismo envolvendo direitos digitais na Europa e por já ter ganhado dois grandes processos contra o Facebook.
O que diz a Apple
Na segunda-feira (16) a Apple se pronunciou sobre as investidas do Noyb contra seu sistema de rastreamento. De acordo com a empresa, as reclamações apresentadas são “factualmente imprecisas e esperamos deixar isso claro para os reguladores de privacidade, caso examinem a reclamação”, afirmou a gigante da tecnologia.
Apple se defendeu das acusações do grupo ativista de Max Schrems e disse não acessar o código de rastreamento de seus clientes. Créditos: THINK A/Shutterstock
A companhia de Steve Jobs também ressaltou que “não acessa ou usa o IDFA no dispositivo do usuário para qualquer propósito” e ainda ressaltou seu objetivo de proteger a privacidade de seus usuários, inclusive por meio de seu último sistema operacional, o iOS 14, que, segundo ela, proporcionou mais controle aos clientes sobre suas informações.
Fonte: Reuters