Nigéria enfrenta dificuldades para estudar e conter coronavírus

O país, que conta com centro internacional de pesquisas sobre doenças infecciosas, não consegue arcar com os custos de testagens diárias da população
Da Redação03/11/2020 18h33, atualizada em 03/11/2020 20h00

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Os esforços científicos da Nigéria para identificar e tratar casos de coronavírus não foram suficientes no enfrentamento da pandemia. É o que mostram números de testagens diárias no país, que estão abaixo do recomendado.

A produção de testes não alcançou números satisfatórios. O objetivo de realizar a testagem em cerca de 50 mil pessoas por dia, média recomendada por especialistas, em vista do tamanho populacional do país, não chegou perto de ser cumprido: até agora, os laboratórios nigerianos não conseguiram ultrapassar uma média de 18 mil testes diários para sua população.

Esta grande lacuna de testagens diárias cria um distanciamento entre o que se sabe da transmissão da Covid-19 entre a população nigeriana e o que realmente está acontecendo. Assim, se torna extremamente difícil de estruturar o sistema de saúde nacional para suportar aumentos de contaminações, assim como inviabiliza políticas públicas de prevenção ao vírus.

Reprodução

População nigeriana não tem sido testada com a frequência recomendada. Foto: Tayvay/Shutterstock

Ainda em março, no início da pandemia, a Nigéria contou com o apoio do Centro Africano de Excelência para Genômica de Doenças Infecciosas (ACEGID), que se localiza no país, na Redeemer’s University. A instituição, que é mantida pelo Banco Mundial, auxiliou que o genoma do vírus fosse sequenciado rapidamente: assim que o primeiro caso foi confirmado em território nacional, o processo ocorreu em pouco menos de três dias.

Grupos de pesquisa como o ACEGID auxiliam o Centro Nigeriano de Controle de Doenças na linha de frente do combate e estudo do coronavírus. No entanto, o investimento público em infraestrutura científica no país tornou o trabalho de pesquisa muito mais difícil.

A AGECID conseguiu ter grande protagonismo no estudo e na contenção do Ebola em diversos países africanos. No entanto, a Covid-19 tem características opostas ao vírus que se alastrou pela África Ocidental, e o suporte financeiro da Nigéria não foi suficiente para arcar com os custos.

Há tempos, no entanto, que o país tenta acelerar o desenvolvimento de sua estrutura de pesquisa. Em 2002, o governo Nigeriano estabeleceu um plano de investimento de 1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a ciência nacional. No entanto, crises financeiras nacionais e internacionais vêm atrapalhando o cumprimento da meta.

Somente o investimento sistemático em educação, desde a base até níveis superiores e de especialização, darão ao país uma infraestrutura que o permita estar apto a desenvolvimentos científicos robustos.

Fonte: The Next Web

Colaboração para o Olhar Digital

Da Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital