“Mais uma vez milhões de brasileiros estão sendo punidos porque um tribunal quer que o WhatsApp entregue informações que dissemos repetidamente que não temos.” Foi assim que Jan Koum, cofundador e CEO do WhatsApp, tocou no assunto que o faz se voltar aos brasileiros pela segunda vez em menos de seis meses.

Em dezembro, o executivo já havia se visto obrigado a dar uma posição sobre o primeiro bloqueio sofrido no país, afirmando que sua empresa estava “desapontada” com uma decisão que considerava desproporcional. Naquela ocasião o presidente do Facebook também se envolveu, garantindo que trabalharia rapidamente para contornar a situação, mas até agora Mark Zuckerberg não fez qualquer pronunciamento sobre o novo problema.

“Nós não apenas criptografamos mensagens de ponta a ponta no WhatsApp para manter as informações das pessoas a salvo e seguras, nós também não mantemos seu histórico de conversas nos nossos servidores”, explica Koum. “Quando você envia uma mensagem criptografada de ponta a ponta, ninguém mais consegue lê-la – nem mesmo nós.”

Ele ainda deixou claro que a decisão da Justiça brasileira não convencerá o WhatsApp de mudar sua atuação nesse sentido. “Não temos nenhuma intenção de comprometer a segurança do nosso bilhão de usuários pelo mundo.”

Enquanto isso, a conta oficial do WhatsApp escolheu o caminho da pressão, divulgando uma petição online que pede o desbloqueio do serviço: “Estamos trabalhando para ter o WhatsApp funcionando novamente no Brasil o mais rápido possível. Enquanto isso, peça ao Congresso que proteja o seu direito de comunicar-se livremente.”

O documento tem a chancela do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio), que promoverá uma reunião da Frente Parlamentar pela Internet Livre no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, às 18h de quarta-feira, 4, para cobrar pessoalmente uma posição dos deputados. Até o momento 10,6 mil pessoas assinaram a petição, que tenta alcançar pelo menos 15 mil apoiadores.