A FDA (Food and Drug Administration), agência do governo dos EUA que regulamenta o setor farmacêutico, de forma similar à Anvisa, concedeu aprovação emergencial para um tratamento contra a Covid-19 que usa anticorpos monoclonais desenvolvidos em laboratório. Produzido pela Regeneron, este foi o mesmo tratamento experimental administrado ao presidente dos EUA, Donald Trump, quando foi diagnosticado com a doença.

O tratamento poderá ser administrado em pacientes com ao menos 12 anos e 40 Kg de peso, em casos “leves a moderados” que tenham alto risco de progredir para um caso severo. Entretanto, o principal alvo são pacientes com mais de 65 anos ou que tenham doenças crônicas.

publicidade

Os anticorpos sintéticos (casirivimab e imdevimab) utilizados no tratamento simulam os que seriam produzidos naturalmente pelo organismo no combate ao vírus, e tem como alvo uma “estaca” de proteína que o vírus usa para se ligar a uma célula e infectá-la.

publicidade

Diagrama da Proteína S, conhecida como “estaca” ou “demogorgon”, que o vírus Sars-Cov-2 usa para entrar nas células humanas.

Segundo a autorização, comparando um grupo de testes com um grupo de controle, os pacientes que receberam o novo tratamento tiveram uma taxa de hospitalização menor, de 3% contra 9%. Mas não há evidência de que ele seja eficaz em pacientes já hospitalizados, e em pacientes que precisam de ventiladores ele pode “levar a piores resultados”.

publicidade

A FDA afirma que continuará estudando a eficácia e segurança do tratamento, e que autorização foi concedida pois até o momento os benefícios conhecidos são maiores do que os riscos.

Sem Cloroquina

Apesar de ter sido um dos defensores da cloroquina nos primeiros meses de pandemia, Trump não fez uso do medicamento. Além dos anticorpos da Regeneron, o presidente dos EUA recebeu zinco, vitamina D, famotidina, melatonina e aspirina.

publicidade

A ausência da hidroxicloroquina na lista de medicamentos é a parte mais notável do anúncio, mostrando que a equipe médica de Trump não crê na eficácia da droga contra Covid-19, pelo menos em seu caso.

Nos Estados Unidos, a FDA, órgão equivalente à Anvisa, revogou a autorização emergencial de uso no tratamento de Covid-19 citando a prevalência de estudos mostrando a ineficácia no combate ao coronavírus. Mesmo assim, o país continuou a enviar comprimidos ao Brasil a pedido do governo brasileiro.

A Regeneron tem um acordo com o governo dos Estados Unidos que prevê o fornecimento de até 300 mil doses de seus anticorpos para tratamento da Covid-19 por nada menos que US$ 450 milhões, ou US$ 1.500 por dose.

Fonte: The Verge