O reconhecimento facial é uma das tecnologias que mais têm evoluído nesta década. A técnica e a matemática empregadas para captar detalhes do rosto humano com profundidade e obter as proporções de narizes, olhos, queixos e bocas e a distância entre eles para se criar uma identidade única vem ganhando escala, em todo o mundo, devido à facilidade e ao barateamento da tecnologia em questão.

Com o aperfeiçoamento da ferramenta, agora é possível capturar o formato de toda a face do usuário para que ele seja identificado de forma correta, independentemente do ângulo em que esteja em relação à câmera. Mudanças no ambiente e até movimentos leves da cabeça também não comprometem mais o resultado final.

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O processo, também conhecido como biometria facial, tem registrado um vertiginoso aumento em seu índice de acerto devido ao incremento do poder de processamento e ao surgimento de técnicas mais avançadas. Esse recurso, antes restrito a ambientes de alta segurança, está se tornando atrativo para um grupo cada vez mais amplo de indústrias e aplicações.

O cruzamento da imagem do rosto de clientes com um banco de dados possibilita que hotéis, varejistas e postos de gasolina, por exemplo, identifiquem rapidamente o perfil do usuário que frequenta esses estabelecimentos e ofereçam experiências personalizadas. A inteligência por trás dos dados dos clientes também possibilita a revisão de estratégias e planejamentos e a melhoria na prestação dos serviços.

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Não invasiva, a tecnologia de reconhecimento facial permite substituir a impressão digital e a varredura de íris e retina, que necessitam de contato e requerem uma aproximação maior com o usuário. Em outras possibilidades de uso, como no desbloqueio de aparelhos eletrônicos – celulares, tablets, etc -, a exatidão da biometria facial tem sido, inclusive, maior do que a da identificação digital dos donos desses dispositivos. Métodos mais recentes, como inteligência artificial e machine learning, têm sido utilizados para identificar uma pessoa com mais precisão.

Em termos de segurança, os chineses estão um passo à frente. No início deste ano, a polícia da China começou a recorrer a óculos de última geração com lentes capazes de identificarem, em meio à multidão, criminosos procurados pelo governo. Até o momento, vários deles foram presos e outros vem sendo flagrados com identidades falsas. O primeiro caixa eletrônico com reconhecimento facial foi instalado no país asiático em 2015. Apenas três anos depois, empresas locais já aceitam pagamentos por meio dessa tecnologia.

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Outros países, como a Austrália, têm planos para substituir os passaportes pelo reconhecimento facial. Em Londres, uma companhia aérea introduziu o software para permitir o embarque mais rápido dos passageiros em seus voos domésticos no aeroporto de Heathrow. São exemplos que mostram como a tecnologia já está aumentando a eficiência e reduzindo o tempo necessário nos aeroportos.

Sabe aquela rede de supermercados que você frequenta e oferece descontos aos clientes previamente cadastrados? A varejista vai continuar com a política da fidelização e o banco de dados, mas em breve terá condições de pedir – em vez do número do CPF – um cadastro facial prévio do consumidor por meio do simples envio de uma selfie. Isso agilizará o processo, assim como tornará a compra mais prazerosa. Mais do que simplesmente dizer “boa noite”, o caixa passará a chamar o cliente pelo próprio nome.

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Nos hospitais, os horários de visitas, sempre caóticos, passarão a ser mais bem organizados e seguros com o sistema que reconhecerá quem é paciente e quem é visitante. Já imaginou levar apenas três segundos para ter a sua entrada liberada na recepção? É um sonho bastante acessível. O mesmo vale para empreendimentos hoteleiros, rodoviárias, aeroportos, entre outros locais de grande fluxo de pessoas.

No Brasil, o setor que mais avança no uso do reconhecimento facial é justamente o da hotelaria. Ainda neste ano, uma grande rede mudará totalmente a forma de realizar o check-in. Basta que o hóspede efetue um pré-check-in autorizando e enviando sua foto ao hotel. Quando chegar à recepção, ele será automaticamente reconhecido pela tecnologia. No balcão, o cliente receberá o número e a chave de seu apartamento – e pronto. Não será mais necessário preencher novamente aquela extensa ficha de cadastro. Sem filas. Sem espera. Com mais comodidade e rapidez. Por sua vez, o hotel passa a ter um conhecimento mais profundo sobre o perfil dos seus hóspedes e suas preferências.

É importante ressaltar que o uso do reconhecimento facial está cada vez mais presente no dia a dia de todos e apenas começando a ser explorado como um eficiente método de desbloqueio e complemento de transações. Imagine o que ainda está por vir com o objetivo de melhorar e facilitar a vida das pessoas.