Vivemos em uma época positiva no quesito avanços tecnológicos. A quarta revolução industrial começou a transformar tudo à nossa volta, desde a maneira como vivemos até como trabalhamos. A grande diferença com as revoluções passadas é que a quarta revolução industrial, também conhecida como revolução digital ou do conhecimento, não tem obstáculo nenhum em sua velocidade de transformação.

Se considerarmos a combinação de bilhões de pessoas conectadas através de seus dispositivos móveis, com um poder de processamento de dados e um acesso à informações ilimitados, entenderemos porque as mudanças nessa revolução estão sendo enormes. O Brasil fechou 2016 com um total de 116 milhões de pessoas conectadas à internet, o equivalente a 64,7% da população com idade acima de 10 anos, segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE divulgada em fevereiro de 2018.

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Além disso, disciplinas como robótica, inteligência artificial, automatização, blockchain, internet, big data, nanotecnologia, entre outros, estão mudando completamente as dinâmicas que governam a economia e geram as bases para as futuras indústrias. No Brasil, o termo “Indústria 4.0”, ou “4ª revolução industrial” já não soa mais estranho para grande parte das empresas e profissionais. Segundo um estudo da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o grau de conhecimento das empresas industriais sobre a 4ª revolução industrial está evoluindo. De 222 empresas entrevistadas pela instituição, 68% das empresas já ouviram falar no termo e 90% tem convicção que estas novas práticas podem aumentar a produtividade industrial.

A inovação não é mais uma questão de gerar vantagens competitivas, mas sim, uma questão de sobrevivência. Estão sendo criadas infinitas oportunidades para as empresas e países que estão preparados para aceitar as mudanças, mas também pode ser muito preocupante para empresas e países que não estão. Não por acaso, APENAS 5% das empresas consultadas pela FIESP se sentem realmente preparadas para essa mudança. Entre os principais desafios para adotar a inovação tecnológica está a incerteza estratégica, esperando exemplos bem-sucedidos de outros players.

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Novas indústrias e inovações estão sendo desenvolvidas com base nos conhecimentos e aplicações em áreas relacionadas a STEMs (ciência, tecnologia, engenharia e matemática ou Science, technology, engineering, and mathematics) gerando inovação de alto impacto. Diante disso, é necessário que os países se atualizem e preparem o talento para poder competir no futuro com foco nessas áreas.

Segundo o Relatório de Competitividade Digital de 2018 aponta que o Brasil está na 57ª posição entre os 63 países analisados que investem em educação e tecnologia. Assim, revela não apenas um baixo nível de inserção tecnológica na educação, mas revelando graves deficiências na qualidade da educação básica e superior. O Relatório é realizado pelo IMD (International Institute for Management Development) e elenca os países em variáveis como conhecimento, tecnologia e prontidão futura.

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Diante desse cenário, deve-se promover o pensamento inovador por meio do fortalecimento da educação e preparação nas áreas relacionadas a ciência e tecnologia, mas também encorajando todo o ecossistema de inovação e empreendedorismo no país, destacando os empreendedores. Deve-se criar incentivos e programas para fortalecer o vínculo acadêmico com o setor empresarial, assim como aumentar o investimento em pesquisa, tanto público quanto privado.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture estima que a participação da economia digital no PIB do Brasil saltará para 24,3% em 2020, dos atuais 21,3%. O estudo aponta também que o país precisa expandir investimentos em novas tecnologias para acelerar ainda mais o progresso. Se o Brasil aplicar recursos ativamente nessas áreas, a consultoria prevê que o segmento econômico poderá movimentar outros US$ 120 bilhões (R$ 494 bilhões) além do previsto.

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Dessa forma, é preciso gerar políticas públicas que não inibam a inovação, entendendo como a tecnologia está avançando e mudando nossa realidade para capitalizar oportunidades de aproveitar a atual revolução do conhecimento criando países mais sólidos, competitivos e justos no futuro.