Com o recente lançamento da Apple e a confirmação de que os novos iPhones utilizarão a tecnologia eSIM, já podemos afirmar que a transição para esta tecnologia é algo da qual não será possível escaparmos. O eSIM é um chip eletrônico que vem embarcado entre os componentes internos de dispositivos inteligentes, que podem ser smartphones, tablets ou qualquer outro com possibilidade de conexão com a internet móvel.

Mesmo vindo de diferentes horizontes, as partes interessadas (operadoras móveis, MVNO, MVNE, OEMs, provedores de eSIM, de plataforma de gerenciamento de assinaturas remotas eSIM, e de serviços) já estão familiarizados com o conceito de um eSIM, cujos principais benefícios são:

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• Conexão móvel mais rápida e fácil – 60% dos entrevistados de uma pesquisa da Arthur D Little, apresentada pela Telefônica no World eSIM Summit 2018, querem ativação de dispositivos descomplicada
• Ganhar espaço físico devido à miniaturização, estendendo assim o alcance a novos dispositivos de consumo, como smartwatches, pulseiras e anéis, e aumentando o número de conexões móveis
• Simplificar a logística das operadoras
• Melhorar a experiência geral do cliente – em particular, uma jornada mais simplificada para o usuário, que é possível graças à digitalização do processo de cadastramento do cliente da operadora
• Redução de custo total
• Novos fluxos de receita, provenientes do crescente número de dispositivos conectados.

O eSIM tem um terço do tamanho do menor SIM card usado atualmente, o nanoSIM. A tecnologia é praticamente idêntica, com funções semelhantes e inclusive mesmo nível de segurança. Esta nova onda em cima do eSIM, causada pela Apple, substituiu o discurso dos mais pessimistas quanto a adoção desta tecnologia pelo mercado global. Como afirmou o consultor de estratégia de tecnologia da Telefônica do Reino Unido, Abdus Saboor, o eSIM agora está amplamente implantado em mercados de M2M, como o setor automotivo, medidores inteligentes ou máquinas de venda automática.

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No que diz respeito ao mercado de IoT focado no consumidor, a tração da demanda é instrumental: de acordo com a pesquisa de Arthur D Little, 80% dos consumidores mostram interesse em um dispositivo móvel habilitado com eSIM. Esta tecnologia está sendo testada com sucesso por diversos players em dispositivos secundários. Com mais smartwatches e PCs conectados compatíveis com eSIM, como o novo SmartWatch da Apple, o novo tablet Surface Pro da Microsoft e o telefone do Google Pixel 2, as oportunidades aumentaram dentro do setor de IoT para consumidores.

A diferença no mercado de M2M está no Roteamento Seguro do Gerenciamento de Assinaturas (SM-SR). Por exemplo, na indústria automotiva, um carro conectado pode iniciar uma atualização de assinatura remota durante a vida útil do veículo, mesmo quando o carro muda de proprietário. Um bom exemplo é o recente anúncio da Embratel do Brasil para transformar a experiência de carros conectados na América Latina. Pensando na IoT focada no consumidor, com base na iniciativa de Serviço de Raiz SM-DS da GSMA, o Serviço de Descoberta de Gerenciamento de Assinaturas visa melhorar a ativação de conectividade eSIM para dispositivos de consumo, simplificando a experiência do cliente na hora de conectar um dispositivo à rede móvel com a oferta de sua escolha.

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Esses dois mercados continuarão a evoluir separadamente com diferentes roteiros técnicos e esquemas de implantação. No curto prazo, a prioridade é dada aos principais tópicos, como os casos de uso do eSIM em:

• IoT (por exemplo, máquinas conectadas inteligentes, carros conectados, serviços médicos conectados, medidores de energia)
• experiência de integração do usuário eSIM com o orquestrador eSIM
• cadastro de usuário
• client ‘lock-in’ (graças ao agrupamento de vários dispositivos em uma única assinatura/contrato eSIM) e,
• introdução de novos canais de vendas com OEMs.

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Apesar de todos esses pontos, a transição para esta tecnologia não significa necessariamente que será algo simples ou nada trabalhoso. Ainda há alguns detalhes que precisam ser ajustados, incluindo:

• A garantia de uma adoção massiva no ambiente do consumidor
• Melhoria contínua da experiência do usuário – isso seria resolvido pela 3ª fase do provisionamento do SIM remoto, previsto para acontecer no segundo semestre de 2018, por meio do código avançado de ativação
• Preparação para a chegada bem-sucedida de dispositivos primários equipados com eSIM
• Permissão de aplicativos corporativos dedicados.
Por fim, com o advento do 5G, podemos até pensar nos novos papéis do eSIM na proteção da rede 5G, particularmente na autenticação de fatiamento de rede.