Promotores do estado de New Hampshire, nos EUA, querem usar o Echo, assistente pessoal da Amazon, como “testemunha” em um caso de homicídio. Isso porque eles acreditam que o dispositivo teria gravado evidências em áudio de um duplo assassinato.

Timothy Verrill, morador da cidade de Dover (New Hampshire), enfrenta duas acusações de assassinato em primeiro grau e se declarou inocente. No entanto, os promotores do caso acreditam que um dispositivo Amazon Echo, instalado na cozinha da casa onde o crime ocorreu, pode ter capturado o áudio do suposto esfaqueamento de uma das vítimas, o que é essencial para entender como os eventos posteriores se desenrolaram.

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De acordo com documentos judiciais citados pelo canal Boston WBZ 4, uma afliada da rede CBS, o juiz responsável pelo caso teria concedido o pedido do estado para ouvir esse áudio. No entanto, a Amazon ainda não vai liberar o acesso aos arquivos, alegando questões de privacidade.

“A Amazon não divulgará as informações dos clientes sem uma demanda legal válida e vinculativa, que seja adequadamente fornecida a nós”, disse um porta-voz da Amazon à CNET.

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A potencial disputa legal remete a um caso similar ocorrido no ano passado, quando promotores do condado de Benton, Arkansas, emitiram um mandado de busca contra as gravações do Amazon Echo de James Bates, acusado de assassinar Victor Collins em sua casa, na cidade de Bentonville. Inicialmente, a Amazon combateu o mandado e argumentou que as conversas de seus usuários com a Alexa são protegidas pela Primeira Emenda.

“Tais interações podem constituir conteúdo expressivo que implica em preocupações com a privacidade e com as proteções da Primeira Emenda”, escreveram os advogados da empresa em um processo judicial na época.

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Tempos depois, a Amazon desistiu da contenda e entregou as gravações assim que o próprio Bates consentiu com a divulgação. A acusação de assassinato contra ele acabou por ser arquivada, uma vez que não foram encontradas evidências que comprovassem o crime.