Uma das promessas do Google feitas durante o anúncio do Android P, há duas semanas no Google I/O, foi uma velha conhecida dos usuários: melhorar a duração da bateria dos smartphones equipados com o sistema. O problema é recorrente, mesmo com uma boa solução — o recurso Desativar, ou Doze — introduzida ainda na versão Marshmallow. O que a empresa, então, pretende fazer de novo na próxima edição do sistema? A resposta: incluir um pouco mais de inteligência artificial na conta.

Bateria que se adapta

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O carro-chefe das novidades introduzidas pelo Google é a chamada Adaptive Battery, ou bateria adaptativa em uma tradução literal. O recurso é fruto de uma parceria com a Deepmind, empresa que também faz parte da Alphabet, a marca “mãe” do Google, e é especializada justamente em inteligência artificial.

O que a solução faz é entender, por meio de aprendizado de máquina (machine learning) seus hábitos de uso do smartphone para entender quando você mais usa determinados aplicativos. Ela, então, prevê quando você menos vai precisar deles e os desativa.

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Se você tem o hábito de checar o Facebook apenas de manhã e à noite, por exemplo, a IA vai “desligá-lo” nesse meio tempo, ajudando a economizar a bateria que o app consumiria em segundo plano. Em outra palavras, a bateria adaptativa “prioriza a carga apenas para os aplicativos e serviço que você mais usa”, como resumiu Sameer Samat, VP de gerenciamento de produtos do Google, em um post no blog oficial da empresa.

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Na estimativa do Google, só essa novidade já deve ajudar a reduzir em 30% as vezes em que o processador é “acordado” por um aplicativo — e, consequentemente, diminuir o consumo. Em termos práticos, membros do fórum do Android Central e do Reddit relataram uma melhora considerável na duração da bateria no dia a dia já com a prévia para desenvolvedores do Android P. Um bom sinal para os usuários finais.

Brilho mais do que automático

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Outra mudança está no brilho, que vai deixar de se ajustar apenas pela claridade a qual o sensor de luz é exposto. Um recurso chamado de Adaptive Brightness — brilho adaptativo — vai fazer o sistema levar em conta também a preferência do usuário.

Se você tem o hábito de mudar manualmente o brilho da tela em determinados horários ou situações, a inteligência artificial por trás da ferramenta vai aprender e começar a fazer o mesmo por você. É uma forma não só de melhorar o uso de bateria, como também de corrigir algumas imperfeições do ajuste automático, que nem sempre acerta a mão.

O Android P já está disponível para download como uma versão para desenvolvedores. Para usuários finais, o sistema deve começar a chegar só a partir de outubro, mês em que o Google costuma fazer o anúncio de seus novos Pixels. A disponibilidade, no entanto, vai depender de cada fabricante de smartphones, como manda a tradição.