O mundo ficou impressionado com o anúncio do Pixel 2, a nova geração do celular do Google, que tinha tudo para aproveitar os pontos positivos da primeira edição e melhorar o que não era tão bom. As primeiras análises foram amplamente favoráveis, com elogios principalmente à sua câmera. No entanto, a primeira semana do celular no mercado tem rapidamente se transformado em pesadelo.

Tudo começou com a revelação de que a tela do Pixel 2 não era exatamente o que deveria ser. Usando a tecnologia POLED, uma variação do OLED desenvolvida pela LG, o aparelho não apresentou qualidade de imagem compatível com o que se espera de um top de linha. Um dos problemas é uma tonalidade azul próxima às bordas da tela que acaba sendo bastante perceptível dependendo do ângulo de visão. Também há reclamações de que as cores não são muito precisas.

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Reprodução

A reação inicial do Google foi tranquila e deu a entender que tudo estava sob controle. “Nós projetamos a tela do Pixel para ter cores mais naturais e precisas neste ano, mas sabemos que algumas pessoas preferem cores vívidas, então adicionamos uma opção para turbinar as cores em 10% para uma tela mais saturada. Estamos sempre olhando para a resposta das pessoas ao Pixel e vamos adicionar mais opções de cores através de uma atualização de software se sentirmos muito retorno em relação a isso”, dizia um comunicado enviado ao The Verge.

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No entanto, os defeitos começaram a se acumular, e eles foram um pouco mais graves do que algumas cores mal representadas na tela.

O primeiro problema sério foi o de burn-in em algumas unidades com menos de uma semana de uso. O efeito gera um “fantasma”, uma imagem permanente causada por elementos que ficam fixos na tela. As primeiras gerações de TVs de plasma tinham esse problema muito evidente no canto da tela, onde o logotipo da emissora fica exibido de forma permanente. Telas de OLED ainda não conseguiram se tornar imunes a esse problema, que é pouco recorrente nos painéis LCD, mas o fato é que isso não deveria acontecer com apenas uma semana de uso, independentemente da tecnologia de display usada.

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E não parou por aí. Foi constatado que o som estéreo do celular é inconsistente entre os dois alto-falantes, o que significa que uma das saídas de áudio emite sons mais altos que a outra, o que pode incomodar aqueles que procuram qualidade de som. Além disso, usuários relatam que o aparelho faz alguns barulhos estranhos, similares a um clique.

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Outro bug bizarro relatado por um usuário mostra que uma linha verde aparece quando ele toca na tela enquanto o display está bloqueado, seguindo o movimento do dedo.

Para finalizar, uma demonstração de que o processo de controle de qualidade não está indo muito bem: um dos aparelhos que foi rejeitado no teste por motivos de danos cosméticos chegou às mãos de um consumidor que pagou o preço completo pelo smartphone. O celular contava, inclusive, com um pedaço de papel informando que ele havia sido rejeitado e não deveria ter sido vendido.

A questão que resta agora é sobre a abrangência destes bugs. Mesmo com essa grande variedade de problemas, se o número de celulares afetados for pequeno, o Google ainda pode ter sucesso com seu aparelho. Caso os defeitos continuem se repetindo após os primeiros lotes e mais usuários começarem a relatar questões similares, a empresa pode ter em mãos um problema similar ao da Samsung com o Galaxy Note 7. A vantagem do Google é que os seus bugs até o momento são meros incômodos e não representam riscos à integridade física dos usuários.