A World AntiDoping Association (WADA), o órgão mundial responsável por garantir que os atletas olímpicos sempre disputem em condições de igualdade, soltou recentemente uma atualização de suas regras. A associação agora proíbe explicitamente que atletas usem modificações genéticas para melhorar seu desempenho.

Segundo o documento (pdf), fica proibido o uso de “agentes de edição genética desenhados para alterar sequências do genoma e/ou a regulação transcricional ou epigenética da expressão dos genes”. Em outras palavras, caso o atleta tenha alguma alteração em seus genes ou use alguma substância que mude a forma como eles se expressam, ele não poderá competir. 

publicidade

O campo de pesquisa em torno de edição genética vem crescendo muito nos últimos anos. A tecnologia permite alterar o código genético de pessoas ou animais, o que permite curar doenças e, no futuro, até mesmo mudar pequenas características do corpo humano. Na China, experimentos com a modificação genética de embriões já vem acontecendo desde 2015; nos EUA, as primeiras experiências desse tipo ocorreram neste ano.

Corrida com obstáculos

publicidade

Mesmo com esse crescimento recente do campo de pesquisa, a edição genética ainda é uma tecnologia de ponta, de uso extremamente restrito. Por esse motivo, a medida da WADA acaba sendo mais uma prevenção contra a possibilidade antes de que ela ocorra. Ainda assim, há diversos pontos que a associação precisa alinhar antes de que a edição genética se torne mais comum.

Como a New Scientist aponta, a WADA ainda não se pronunciou sobre o caso de atletas que realizem algum tipo de terapia de edição genética contra doenças que não estejam relacionadas ao seu esporte. Nesses casos, provavelmente seria necessário que o atleta obtivesse uma “licença” para realizar a terapia sem perder seu direito de competir.

publicidade

No entanto, há ainda um problema maior. Tanto a New Scientist quanto o Engadget perguntaram à associação como ela pretende fazer para detectar modificações genéticas nos atletas. Por enquanto, o órgão regulador ainda não respondeu. Segundo o Engadget, a WADA já vinha trabalhando em um teste para detectar modificações desse tipo há mais de dez anos, mas só recentemente criou uma primeira versão dele.