Quem se lembra da época em que os jogos apagavam todo o seu progresso quando você morria sabe que a sensação era desoladora. E é justamente essa sensação de desolação – ou a ameaça dela – que o estúdio Ninja Theory (por trás de jogos como “DmC” e “Enslaved: Odyssey to the West”) parece querer capturar em seu título mais recente, “Hellblade”, para PC e PS4. Se você morrer demais, o jogo apaga todo o seu progresso.

Um dos primeiros a perceber essa escolha controversa foi o gamer Mark Brown, que compartilhou no Twitter as mensagens com as quais o jogo explica essa mecânica. No começo da aventura, um texto afirma: “A podridão escura crescerá cada vez que você falhar. Se ela chegar à cabeça de Senua [a protagonista do jogo], sua jornada acabou. E todo o seu progresso será perdido”. O tweet abaixo mostra esse momento:

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Por mais que seja uma escolha radical de design de jogo, ela faz sentido com a história. A protagonista, Senua, é infectada logo no começo da história por uma doença que vai se espalhando por seu corpo com cada “morte” do jogador. O excesso de mortes é representado por essa doença chegando ao cérebro de Senua, o que o jogo traduz como a eliminação de todas as suas memórias – e do progresso do jogador.

Mas calma

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Segundo o Kotaku, essa mecânica de jogo provocou reações exageradas logo que foi anunciada. Uma delas veio do youtuber “Totalbiscuit”, que, sem ter sequer jogado “Hellblade”, chamou a escolha de “datada, um desperdício estúpido do tempo de todo mundo”. O site ressalta que mecânicas semelhantes já existem em outros jogos, como “XCOM” e “Diablo III”, mas em forma opcional – e não obrigatória, como no caso de “Hellblade”.

No entanto, o site também ressalta que a situação é bastante leniente: para que o jogador perca todo seu progresso, ele precisa morrer muitas vezes, em muitos pontos diferentes do jogo. Ben Barrett, do site PCGamesN, chegou a “testar” a mecânica, morrendo de propósito em diversas partes do jogo, e chegou à conclusão de que a mecânica é tão difícil de ocorrer que é praticamente um “blefe” dos desenvolvedores. Mesmo assim, ele considera que foi “uma decisão esperta” dos criadores.

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Ao menos por enquanto, isso não impediu que o jogo caísse nas boas graças dos críticos. O site IGN deu ao título uma nota 9/10, chamando-o de “um conto vívido de escuridão opressora”. O GameSpot, por sua vez, lhe deu nota 8/10 por sua “história cativante”, “visuais deslumbrantes” e “sequências de combate intensas e satisfatórias”. Por enquanto, ele tem uma nota de 81 no Metacritic. A resenha do GameSpot pode ser vista abaixo, para quem quiser conferir mais cenas do jogo.