Surgiu ontem mais uma confirmação de que a Microsoft desistiu de vez do setor de dispositivos móveis. Ela apareceu no formulário 10-K, enviado pela empresa à SEC, a comissão regulatória do mercado financeiro dos EUA. Esse formulário é um documento que as empresas de grande valor e com muitos acionistas precisam enviar à comissão.

No documento, a empresa precisa dar uma “declaração de visão corporativa”, na qual ela expõe seus objetivos para o futuro. A Microsoft diz o seguinte: “Nossa visão estratégica é competir e crescer criando plataformas e serviços inteligentes de primeira linha para uma nuvem inteligente e dispositivos conectados inteligentes [inteligent cloud and inteligent Edge, no original], com inteligência artificial”.

publicidade

Embora, por si só, esse parágrafo não traga nada de muito notável, ele contrasta fortemente com a declaração dada pela empresa no ano passado. Ela dizia: “Nossa visão estratégica é competir e crescer como empresa de plataformas e produtividade para o mundo que tem a nuvem e dispositivos móveis em primeiro lugar”.

A nova declaração não traz nenhuma menção direta a dispositivos móveis. Ela menciona apenas a “inteligent edge”, um termo que a Microsoft também utiliza para se referir a computadores e notebooks (em oposição aos servidores, que compõem a nuvem). Assim, no entender da rede de notícias CNBC, o documento serve como mais um indício de que a empresa abandonou de vez o mercado de celulares.

publicidade

Morte lenta

Por si só, essa mudança na declaração de visão corporativa da Microsoft pode ser um sinal relativamente fraco nesse sentido. Mas ele aparece logo após a Microsoft “matar” de vez o sistema operacional Windows Phone 8.1, que ainda era usado por mais de 70% dos donos de celulares com sistema da empresa.

publicidade

Como o MSPoweruser sugere, a empresa deve considerar que ainda tem concorrência demais nesse setor, vinda de gigantes como a Apple e o Google. Isso explicaria a mudança de foco da Microsoft de mobile para inteligência artificial – um termo que é mencionado três vezes só na declaração de visão corporativa da empresa.