Ainda não se sabe exatamente a autoria do mega-ataque WannaCry, que assustou o mundo em maio deste ano, mas uma coisa é certa: o ataque deu resultado. Os responsáveis receberam pouco mais de 61,6 bitcoins em resgates, que, ao que tudo indica, finalmente foram sacadas. Na cotação atual da criptomoeda, isso totalizaria US$ 148 mil, ou R$ 461 mil.

Keith Collins, jornalista do site Quartz, relatou que nesta quinta-feira, 3, foi realizado um total de sete transferências nas três carteiras de bitcoins associadas ao WannaCry para esvaziá-las. Ele havia preparado um robô no Twitter que monitorava todas as atividades das carteiras ligadas ao ataque.

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Na época do ataque, as primeiras estimativas apontavam para um total arrecadado de US$ 70 mil. Com o passar dos meses, o ímpeto do WannaCry diminuiu, mas as infecções continuaram acontecendo em menor escala, e os pagamentos continuaram. Soma-se a isso o fato de que na última terça-feira, 1, a Bitcoin se dividiu em duas, causando uma valorização de 20% da moeda, o que tornou o golpe ainda mais rentável.

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É difícil apontar, no entanto, qual é o destino das bitcoins após a transferência. Uma olhada rápida mostra que o dinheiro começou a ser distribuído por várias outras carteiras. No entanto, todas as transações com bitcoins são rastreáveis, o que significa que, se os cibercriminosos tentassem sacá-las de modo convencional, eles seriam rapidamente identificados. Assim, para manter o anonimato da transação, seria necessário passar o dinheiro por um “misturador de bitcoins”, que limpa os blockchains associados com o malware. Na prática, é a famosa lavagem de dinheiro.

O site Ars Technica nota que a lavagem dessas bitcoins pode ser uma missão um pouco mais difícil do que era há algumas semanas. Isso porque recentemente foi preso na Grécia Alexander Vinnik, sócio da casa de câmbio BTC-e, sob a acusação de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro de mais de US$ 4 bilhões por meio da empresa.