Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, desenvolveram um algoritmo que consegue detectar crimes assim que eles acontecem – até uma hora mais rapidamente do que a polícia levaria. E para fazer isso, o sistema usa uma das maiores bases de dados públicos sobre acontecimentos atuais que existem: o Twitter.

Segundo os cientistas, o sistema é dividido em cinco partes: coleta de dados, pré-processamento, classificação, agregação online e resumo. Ao longo delas, o que o sistema faz é analisar uma grande quantidade de tweets, separa-os entre os potencialmente relevantes para detectar crimes, busca os que têm relação um com o outro e então apresenta um relatório sobre o que encontrou.

publicidade

Os criadores do sistema usaram um algoritmo de aprendizagem de máquina para fazê-lo entender quais tweets são potencialmente relevantes para crimes. Para fazer isso, eles usaram uma base de treinamento de 1,6 milhões de tweets. O sistema leva em conta dados como a hora em que o tweet foi postado, o local de onde ele veio e seu conteúdo.

Mais rápido que a polícia

publicidade

Com a finalidade de testar a eficiência do seu sistema, os pesquisadores fizeram com que ele analisasse uma série de mensagens do Twitter enviadas durante os protestos de agosto de 2011 em Londres. Eles compararam o desempenho do sistema em identificar crimes com os dados de ocorrências da polícia londrina na época, e concluíram que, em alguns casos, o sistema consegue detectar os crimes até uma hora mais rapidamente do que a polícia.

De acordo com o Engadget, o anúncio da novidade chegou dias após o chefe da polícia de West Midlands reclamar dos cortes orçamentários de sua força. Esses cortes fariam com que lidar com uma situação como a de Londres em 2011 fossem um “verdadeiro desafio”, segundo o policial.

publicidade

Os pesquisadores acreditam que essa ferramenta ajudaria o desafio a ser menor. Para Pete Burnap, um dos autores do estudo que apresenta o sistema, “nunca vamos substituir os recursos tradicionais de policiamento, mas conseguimos demonstrar que essa pesquisa pode ajudar os sistemas de coleta de dados já existentes e usar novas tecnologias para apoiar métodos mais certeiros de policiamento”.