Em mais um lembrete de como as criptomoedas como a bitcoin podem ser voláteis, a Ethereum, considerada uma das mais importantes do momento, sofreu uma queda violenta de valor por causa de um boato, gerando perdas na casa de US$ 4 bilhões, o que na conversão em reais resulta em R$ 13 bilhões.

Tudo começou com o anúncio de que Vitalik Buterin, criador da Ethereum, teria morrido em um acidente de carro. Com isso, as pessoas com conhecimento da notícia já estariam “desovando” as suas moedas para transformá-las em dinheiro real. O texto postado no site 4chan ainda apontava que, com a morte e tantas pessoas se desfazendo de suas ETH, ficava claro que Buterin “seria a cola” que mantinha tudo no lugar.

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O problema é que tudo isso era uma mentira. Buterin ainda está vivo, não sofreu nenhum acidente e postou uma foto em seu Twitter para provar o seu bom estado de saúde. No entanto, até ele se manifestar sobre a sua não-morte, o boato causou pânico entre os detentores da moeda, que iniciaram um movimento fortíssimo de venda para tentar minimizar prejuízos. O resultado disso: uma Ethereum, que valia US$ 317 chegou em instantes ao patamar de US$ 286 e continuou o movimento de queda até estabilizar em US$ 216, resultando em uma queda de cerca de 30% em pouquíssimo tempo.

Para provar que ainda estava vivo, o jovem criador da moeda utilizou o equivalente no mundo das criptomoedas a segurar o jornal do dia em que a foto foi tirada. Para isso, ele escreveu em um pedaço de papel dados relacionados a um bloco de Ethereum que havia sido minerado havia pouco tempo. A informação é facilmente verificável pela comunidade e prova que a foto é recente, também comprovando que ele está vivo.

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Com a comprovação, a Ethereum voltou aos patamares normais, novamente orbitando a casa dos US$ 300. No entanto, o caso mostra como a moeda sem qualquer lastro pode ser volátil e como a manipulação do mercado pode ser impactante na era da criptomoeda e das notícias falsas. Também mostra que a saúde do ecossistema da Ethereum depende da saúde de um rapaz de 23 anos, que precisa publicar selfies para provar que continua vivo.