No início da semana, os Correios anunciaram o fim do e-Sedex, uma modalidade de entrega que oferecia preços mais acessíveis (similares ao PAC, mas com prazos do nível do Sedex), voltada exclusivamente para o segmento de e-commerce. A decisão deve não só atrapalhar a logística dos comerciantes como pesar no bolso dos consumidores.

Especialistas acreditam que, com o fim da modalidade, a tendência é que os fretes das lojas online fiquem mais caros. O aumento no preço das compras pela internet pode chegar a 30%, segundo o diretor-geral da Tray – unidade de e-commerce da Locaweb –, Willians Marques. “O e-Sedex sempre foi de grande valia para os pequenos e-commerces, que, devido ao baixo volume de pedidos, não conseguem negociar contratos vantajosos com as transportadoras privadas. Agora, caso ainda optem pelos serviços da estatal, terão que utilizar o Sedex tradicional sem desconto”, explica.

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O presidente da ABComm (Associação Brasileira do Comércio Eletrônico), Maurício Salvador, também concorda que o fim da modalidade vai se voltar contra o consumidor. “É uma notícia muito ruim, pois ocasionará o aumento de preços imediato no frete e a redução de qualidade do serviço”, afirma. As estimativas da organização são de que o montante do frete representa em média 12% do total a ser pago por um produto adquirido via web.

Fim do e-Sedex

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A medida de colocar um fim ao serviço de entrega deveria entrar em vigor no dia 1º de janeiro deste ano, mas foi prolongada por seis meses devido a uma liminar que punia os Correios com multa diária de R$ 500 em caso de descumprimento. A partir de agora, passam existir apenas o PAC e o Sedex.