Não é novidade que a grande fonte de renda do Facebook são anúncios. Com quase 2 bilhões de usuários, a rede social consegue facilmente identificar padrões de comportamento e interesses para direcionar propaganda ao público-alvo mais interessado em certos produtos e empresas.

Mas, com certa frequência, a companhia de Mark Zuckerberg é criticada por saber demais sobre seus usuários. A mais nova onda de críticas surgiu após uma reportagem do jornal The Australian, narrando como o Facebook mostrou a um anunciante como atingir “jovens emocionalmente inseguros”.

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Uma apresentação de 23 páginas feita pelo Facebook teria sido entregue a “um dos quatro bancos mais importantes da Austrália”, segundo o jornal. Essa apresentação mostra, em detalhes, como a rede social identifica jovens com até 14 anos que estão se sentindo “estressados”, “derrotados”, “exaustos” ou “ansiosos”.

“Emoções antecipatórias são mais comumente expressadas no começo da semana, enquanto emoções reflexivas crescem no fim de semana”, diz um trecho do documento vazado pelo The Australian. “Segunda e terça-feira são para construir confiança; o fim de semana é para transmitir conquistas”, continua o texto.

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A reportagem original não diz com que intenção esses dados foram compartilhados com “um dos maiores bancos” da Austrália (cujo nome não foi divulgado). Em nota, o Facebook admitiu a existência da tal apresentação, mas negou que ela tenha sido feita como o propósito de direcionar anúncios.

“A análise feita por um pesquisador australiano tinha como intenção ajudar comerciantes a entender como as pessoas se expressam no Facebook”, disse a empresa de Zuckerberg. “[Essa análise] nunca foi usada para direcionar anúncios e se baseava em dados anônimos e agregados.”

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O Facebook diz ainda que a apresentação sobre jovens emocionalmente inseguros foi feita sem seguir os padrões da empresa, e que, por isso, está apurando o caso. A companhia afirmou ainda que não oferece ferramentas para anunciantes direcionarem anúncios com base no estado emocional dos usuários, mas apenas com base em interesses genéricos.

[Business Insider]