O cirurgião italiano Sergio Canavero havia anunciado, em 2015, que realizaria em 2017 o primeiro “transplante de cabeça” da história da medicina. A cabeça de um paciente lúcido, mas com o corpo danificado por uma doença degenerativa, seria implantada em um novo corpo. Agora, no entanto, Canavero anunciou algumas mudanças no plano, em entrevista ao site alemão ooom.com.

De acordo com Canavero, a cirurgia acontecerá em algum momento nos próximos 10 meses – o que deixa aberta a possibilidade de que ela só ocorra em 2018. Além disso, o paciente já não será mais o russo Valery Spiridonov, que havia se candidatado inicialmente, mas um paciente chinês que ainda não foi identificado.

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Na China, a equipe de médicos que auxiliará Canavero durante o procedimento – que deve durar 36 horas e custar mais de R$ 42 milhões – será liderada pelo cirurgião Xiaoping Ren, da universidade médica de Harbin. Ren (que aparece na foto acima ao lado de Canavero) participou do primeiro transplante de mão com sucesso nos Estados Unidos, e já publicou um artigo no qual relata ter realizado com sucesso essa mesma operação em ratos. Em seguida, ele e Canavero escreveram juntos um artigo sobre a resposta científica ao procedimento.

“Progresso imenso”

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Ainda segundo Canavero, Ren realizará uma coletiva de imprensa nos próximos dois meses para detalhar o cronograma completo da operação. “No momento, só posso revelar que houve um progresso imenso em experimentos médicos que teriam parecido impossíveis apenas alguns meses atrás”, disse.

“As metas que já atingimos vão sem dúvida revolucionar a medicina”, completou Canavero. Ele disse, porém, que pretendia não entrar em detalhes porque já submeteu os resultados a publicações científicas renomadas. As publicações estão revisando os resultados e o cirurgião não queria se adiantar na revelação dos dados.

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Segundo ele, há uma série de candidatos chineses que querem participar desse primeiro transplante de cabeça. “No entanto, a decisão final precisa ser feita imediatamente antes da operação, porque ela também depende do corpo do doador, que precisa ser compatível”, explicou.