No dia 22 de dezembro, quinta-feira, a Apple deu seu primeiro passo em uma área em que ela ainda não atuava, mas na qual outros gigantes da tecnologia como Google e Microsoft já atuam expressivamente há anos. A área em questão é a pesquisa acadêmica: nesse dia, a primeira publicou seu primeiro artigo científico sobre suas técnicas de inteligência artificial.

Conforme apontado pelo Cnet, essa é a primeira vez que a Apple toma essa atitude mais aberta com as tecnologias que utiliza em seus dispositivos. Inteligência artificial é um assunto extremamente importante para a Apple, já que muitos de seus produtos, como a Siri, utilizam essa tecnologia.

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Mas além disso, trata-se de um assunto vital para outras empresas de tecnologia também, e ao compartilhar suas informações, a Apple ajuda todo o cenário de inteligência artificial a melhorar. A possibilidade de publicar artigos sobre as tecnologias da Apple também pode ajudar a atrair pesquisadores mais qualificados para a empresa.

O estudo

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Em termos gerais, o artigo aborda um método chamado “Adversarial Training” (treinamento adversarial) que pode ser usado para treinar redes neurais a identificar objetos em imagens. Esse método pode ser usado, por exemplo, em recursos de pesquisa de imagens semelhante ao disponibilizado pelo Google Photos. No entanto, a Apple alega que esse método reduz o tempo necessário para treinar as redes.

De acordo com a Forbes, treinar redes neurais com imagens geradas por computadores (imagens sintéticas) é mais rápido que treiná-las com fotografias do mundo real. Isso porque as fotografias precisam ser “rotuladas”: uma pessoa precisa descrever o que há nelas para que as máquinas entendam, o que leva tempo e dá trabalho. Imagens sintéticas, por sua vez, já contém essa informação.

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O problema é que nem sempre o treinamento com imagens sintéticas garante que a rede neural será capaz de funcionar bem com fotografias. Isso porque às vezes a qualidade das imagens usadas no treinamento não é boa o suficiente. A técnica de treinamento adversarial abordada pela Apple no estudo ajuda a aumentar a qualidade das imagens sintéticas, permitindo que o treinamento das redes se dê mais rapidamente.

O futuro

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Ao menos seis funcionários da Apple são citados como autores do estudo. Trata-se de um avanço expressivo, já que, de acordo com a Bloomberg, a falta de participação da Apple na área de pesquisa em inteligência artificial estava sendo danosa até mesmo para a própria empresa.

Provavelmente, mais artigos científicos vindos da empresa da maçã deverão ser publicados em breve. A Bloomberg lembra ainda que a Apple já havia prometido começar a publicar artigos desse tipo apenas alguns dias atrás, e que é provável que a empresa queira compensar o tempo perdido, já que empresas como Microsoft e Google já publicam pesquisas nessa área há muito tempo.