Uma equipe de pesquisdores da Universidade de Maryland nos Estados Unidos observaram, descreveram e conseguiram reproduzir um fenômeno ainda não observado na combustão. O fenômeno recebeu o nome de “blue whirl”, algo como “turbilhão azul”, “ciclone azul” ou “redemoínho azul”, e pode ter aplicações interessantes para o meio ambiente.

De acordo com os cientistas, o “ciclone azul” evolui a partir de ciclones de fogo amarelos, que são extremamente perigosos. No entanto, eles são mais estáveis e fáceis de se criar do que os amarelos, segundo o Gizmodo.

Vídeo relacionado

Os pesquisadores publicaram um artigo sobre o fenômeno no periódico científico PNAS, no qual argumentam que ele pode ser usado para pesquisa de mecânica dos fluidos e processos de combustão menos poluentes. Para ilustrar seu achado, os pesquisadores também fizeram um vídeo mostrando o “ciclone azul” em uma variedade de situações. Ele pode ser visto abaixo:

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Amarelo é fuligem

Geralmente, as chamas possuem partes azuis, amarelas e, às vezes, laranjas e vermelhas. As cores além do azul são emitidas por partículas de fuligem que chegam ao ar. Essas partículas não foram totalmente queimadas por não haver oxigênio suficiente. 

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“O azul do ciclone indica que há ooxigênio suficiente para que ocorra combustão completa, o que significa que menos ou nenhuma fuligem resulta do processo, e portanto a queima é mais limpa”, explicou a professora Elaine Oran, uma das autoras do artigo, ao site da universidade.

Os pesquisadores descobriram o novo fenômeno enquanto pesquisavam o comportamento de ciclones de fogo sobre a água. A ideia deles era buscar alguma aplicação prática para algo que era considerado extremamente perigoso e destrutivo. segundo Michael Gollner, outro dos autores, essa foi a primeira vez que esses fenômenos foram estudados por suas aplicações práticas.

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Queima limpa

Uma das ideias dos cientistas é seguir estudando o “ciclone azul” para conseguir controlá-lo e reproduzí-lo de maneira mais confiável e em escala maior. Caso atinjam esse objetivo, eles esperam poder usar o fenômeno para limpar, de maneira mais eficiente e ambientalmente correta, desastres ambientais como vazamentos de petróleo.

Atualmente, essa técnica já é utilizada em alguns casos de derramamentos de poluentes oleosos sobre águas. No entanto, ela é realizada com processos de combustão “sujos”, que geram muita fuligem e poluentes. O “ciclone azul” poderia oferecer uma alternativa melhor para resolver problemas como esse.