O Facebook cumpriu hoje a promessa que fez durante sua conferência F8 em abril e liberou completamente o design de sua câmera que grava em 360 graus. O objetivo da empresa é fazer com que cada vez mais pessoas criem e compartilhem vídeos nesse formato.

A empresa disponibilizou hoje no GitHub uma pasta com todas as instruções de montagem para o aparelho,  cahmado de Surround 360, que utiliza 17 câmeras para grravar vídeo em todas as direções simultaneamente. O código do software que junta as imagens das 17 câmeras em uma única imagem de 360 graus também foi liberado no GitHub. O vídeo abaixo apresenta a câmera:

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Alta qualidade

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Das 17 câmeras utilizadas pelo dispositivo, 14 delas usam lentes grande-angulares e ficam no entorno do aparelho. A câmera superior, por sua vez, tem uma lente “olho de peixe”, que captura imagens em ângulos muito abertos.

Além destas, a Surround 360 também utiliza duas câmeras na parte inferior. Essas duas câmeras, aliadas ao software de processamento de imagem, conseguem capturar vídeo e retirar o suporte que mantém o dispositivo no ar. Com essa configuração, o dispositivo é capaz de capturar vídeo em resoluções de 4K até 8K.

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No começo, a empresa espera que usuários usem a câmera para criar vídeos em 360 graus que podem ser visualizados no celular ou computador, usando o mouse para navegar pelo vídeo. Em seguida, a expectativa da empresa é permitir a criação de vídeos de realidade virtual, com imagens separadas para cada olho. Finalmente, a rede social pretende permitir que a câmera realize transmissões ao vivo em realidade virtual.

Desafios

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Conforme especificado pelo engenheiro Brian Cabral do Facebook, a elaboração da câmera passou por vários desafios até que um formato final fosse atingido. Uma das principais dificuldades era que todas as 17 câmeras da configuração precisavam estar sincronizadas, recebendo informações com menos de um milésimo de segundo de diferença entre elas.

Pelo fato de que todas as câmeras capturavam vídeo em alta resolução e precisavam estar sincronizadas, isso exigia que o hardware da câmera pudesse sustentar uma taxa de transferência de dados da ordem de 17Gb/s. Para atingir essa taxa, a empresa utiliza uma configuração RAID nível 5 de SSDs dentro do aparelho de captura.

O software que liga a imagem de todas as câmeras, por sua vez, precisa ser capaz de corrigir a distorção das lentes das câmeras e projetar a imagem num sistema de coordenadas polares. Além disso, ele deve conseguir executar o processo de “fluxo óptico” entre pares coordenados de câmeras: isso permite que o dispositivo gere imagens diferentes para o olho esquerdo e direito de usuários de óculos de realidade virtual. 

Câmera cara

Embora se trate de uma câmera open source, ela está longe de ser acessível. De acordo com o The Verge, a câmera com os componentes e técnicas de montagem sugeridos pelo Facebook deve custar cerca de US$ 30 mil (aproximadamente R$ 98.180) para ser montada. O processo de montagem ainda deve levar também cerca de quatro horas.

Vale lembrar também que a empresa tem grande interesse em aumentar a quantidade de vídeos 360 graus em sua plataforma. A rede social é dona da Oculus, empresa que fabrica o dispositivo Rift de realidade virtual, e vem investindo pesadamente nesse ramo ao longo dos últimos anos.