Em evento realizado na última terça-feira, 19, em São Paulo, a Motorola apresentou a jornalistas convidados o Moto Z, seu novo smartphone top de linha. A empresa não quis revelar a data exata de lançamento ou o preço, mas previu que o aparelho chega às lojas em meados de setembro.

Na ocasião, o Olhar Digital teve a chance de experimentar o smartphone e também seus acessórios modulares, os Moto Snaps. Três deles estavam disponíveis para testes: o JBL SoundBoost, que funciona como um amplificador de áudio para o smartphone; o Insta-ShareProjector, uma espécie de retroprojetor, que transmite a tela do celular para qualquer superfície; e o Incipio Power Pack, bateria extra e carregador portátil.

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À primeira vista, é fácil entender por que a Motorola decidiu chamar essa nova linha de Moto Z em vez de usar a já conhecida marca Moto X. O aparelho é bem diferente dos antigos tops de linha da empresa, especialmente em termos de visual e de experiência de uso, além de vir com uma proposta nova para o mercado. Confira o que achamos do celular:

Design e tela

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O Moto Z é, sem dúvida, um aparelho bem bonito. O corpo é extremamente fino – cerca de 5,2 milímetros de espessura – e isso se faz sentir, tanto no bolso quanto na mão. Para evitar que o smartphone entorte, a Motorola usou um tipo de metal usado em fuselagem aeronáutica que é bem resistente, oferece uma boa pegada e também é esteticamente elegante.

Reprodução

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O que parece equivocado, porém, é a lombada na câmera traseira, que a deixa em evidência e é visualmente desagradável. Por outro lado, os pontos de conexão, que transmitem os dados entre o smartphone e os Snaps acoplados, passam quase despercebidos. A tela Quad HD de 5,5 polegadas AMOLED também ajuda nesse visual premium, com um brilho forte e cores vivas.

Na parte da frente, o smartphone lembra muito o Moto G4 Plus, inclusive nos defeitos. O sensor de impressão digital continua ali, abaixo da tela, sem nenhuma função além de desbloquear a tela e poluir o visual do aparelho. Em defesa da Motorola, o sensor até que funciona bem, com alta precisão e com resposta rápida.

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Câmera e performance

Um dos pontos fortes do Moto Z é sua câmera, que parece ser a melhor da empresa até hoje. A lista de recursos é longa: 13MP de resolução, foco automático a laser, estabilização óptica de imagem, HDR, flash LED e opções de ajustes avançados. Tudo isso permitiu que registrássemos fotos nítidas em ambientes bem iluminados, com boa fidelidade de cor e foco preciso.

Em locais menos iluminados, porém, notamos alguns problemas. O foco automático a laser às vezes erra o plano que você quer destacar (se o objeto da frente ou o objeto no fundo) e, em vídeos, mesmo a mais alta resolução deixou a imagem um pouco granulada. Já a câmera frontal de 5MP e ângulo aberto foi impecável em nosso breve teste.

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Em termos de desempenho, mesmo com pouco tempo nas mãos, percebemos que o Android quase puro, os 4GB de RAM e o processador Snapdragon 820 são mais do que suficientes para explorar o smartphone nas mais diversas tarefas. Mesmo com vários apps abertos ao mesmo tempo, e em execução, o aparelho não engasgou ou deu sinais de travamento.

Moto Snaps

O principal destaque do evento, porém, não foi o Moto Z em si, mas sim seus Snaps. A Motorola, aliás, não gosta de chamá-los de acessórios, já que eles potencializam as capacidades do smartphone em vez de apenas acrescentar um recurso descartável.

Na demonstração oferecida pela empresa, os três Snaps que estarão à venda em setembro funcionaram quase sem problemas. O JBL SoundBoost reproduz o áudio de qualquer mídia em execução no celular, seja do YouTube, Spotify, Play Música ou outros apps. Tudo isso sem a necessidade de instalar qualquer programa ou ativar algum recurso especial.

Já o Insta-ShareProjector não passou impecável. Ele tem alguns recursos bem interessantes, como a estabilização da imagem quando o usuário estiver segurando-o com as mãos, e também um sistema que detecta o melhor ângulo para a imagem que é retroprojetada na parede ou em outra superfície.

Por outro lado, imagem e som não saem perfeitamente sincronizados, com um pequeno atraso de quase um segundo na demonstração que assistimos. Além disso, a bateria interna desse Snap dura apenas 1 hora de uso: a partir daí, o módulo começa a sugar a energia do smartphone – que, aliás, deve acabar rápido com esse recurso ligado. Ponto negativo para a baixa eficiência energética.

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O último Snap, o Incipio Power Pack, parece ser um carregador portátil inteligente, embora apenas um teste de uso prolongado poderia confirmar sua eficiência. A Motorola explicou que esse módulo vem com um modo de recarga máxima, que só para de abastecer seu smartphone quando chegar a 100%; e também um modo de equilíbrio, que mantém a bateria do seu celular em torno de 80% constantemente, nem muito mais e nem muito menos. Isso economiza a própria bateria interna do Snap.

Primeiras impressões

Com tantos recursos exclusivos, câmera de qualidade, design premium e sistema rápido, o Moto Z tem tudo para conquistar o posto de um dos melhores smartphones Android vendidos no Brasil. Só uma avaliação mais prolongada, porém, pode revelar alguns defeitos que não percebemos nesse primeiro teste – ou confirmar o alto desempenho do celular.

Falta ainda descobrirmos como tudo isso será colocado na balança com o custo. Nos EUA, o Moto Z também chega em meados de setembro e ainda não teve o preço revelado. Será que, no Brasil, o aparelho será o primeiro da Motorola a romper a barreira dos R$ 4 mil? Ou será que a empresa conseguirá mantê-lo numa faixa de preço mais acessível?

Aos usuários e fãs da marca, só resta esperar. Fique ligado no Olhar Digital para conferir as novidades sobre o Moto Z e todos os próximos lançamentos de smartphones do Brasil.